quinta-feira, 30 de junho de 2016

POR, POR SER – PÔR, POR SER – PÔR, PÔR SER - POR, PÔR SER.
            Muito resumido de tristeza e provérbio, como recomendam as videntes, as benzedeiras e os orixás, sem desconformar com proventos que tardam, mas só falham quando não se acredita em destino, o azul foi se acomodando pelo regaço das nuances para disfarçar bons tempos. E água, que não pode desperdiçar na receita, seja na fartura da bonança ou na desfartura das faltas, deus me livre se tal não se desse como meu padrinho Gerpásio Boaventa ajuizou de topado, se desfez em prosa, e trouxe junto uma lágrima desavisada para influir no desejo. Era, se de pronto bem lembro, sem arredio, como é de direito para quem não tem sobrosso de coisa feita, nem inveja ou preconceito, uma primavera carregada de meia dúzia de precauções, sem misturas ranzinzas desaforadas. E se repete de quarentena e terço os provérbios de sempre, para não dizerem que o pecado do lobisomem, em dia de São Sovado, beijou o sovaco do demônio. Deus nos livre, mas não tem como contar diferente.
Ali se deu por dado, posso garantir de certeza, descontando um restinho de maledicência, por talvez se confundir com despeito, mas não desperdiçando, pois já tinha entrado na receita, duas venturas maturadinhas de conforme, por conta de fugir do medo ou desconfiar do barato. Deve acreditar, vossa senhoria, respeitoso assumo dizer, se não achar por demais despropósito. “O azul, por precaução, como era sobejo de bonito, e até podia parecer arrogante de tão vistoso, entendia de  debulhar uma penca pequena, mas adequada, mastigada em ramos de solfejos de ré menor, entediada de birra sem explicação, mesmo assim muito sorrida de desforra na conjuntura, pois era na hora do tempo andarilhado virar poesia e desaprender rimas proveitosas, se tanto para não desatinar a toa”. Claro como pedia, o azul mandou dar sequência e providenciou andado para o lado que o vento mandou. A vida se fazia por estes arrazoados calmos, satisfeitos de acomodados, como se devia e sem tumultuar afrontados outros. Chegando pelas beiradas, morno como saudade, mais um canto de pintassilgo, que não podia faltar para fazer eco, que deslumbrou do ninho cedo, madrugado de ver o sol se nascendo, justo por onde sempre adornava, e caso duvidasse, que se desse por bem. Pois o mundo começou a dar contas de se fazer em tempo de tudo virar razão de contar certinho para melhor entender. Pois.
Todo este proseado se deu na beira do indefinido, por onde o Sururu mosqueiteia antes de se fazer parceiro livre de tristezas por delongas desnecessárias, aquece na beirada do fogo, lambisca um desaforo mal requentado de café velho insonso e são as ferramentas que usa com sabedoria para traçar rumo, mesmo que meio sem destino no princípio. Chamaram por carência: “olha o nada como solução de repouso, acomodado no ombro do azul”. E nisto, por serem apegados ao desejo, os que passaram de largo, abobados de serventia, nem titubearam, como se pensava.
Pode pôr cisma, mas foi assim que se deu, do restado uma luz bem delicada e fina, chamando de longe e o sorriso da moça amenizou todas as angústias. Assunhãé
Ceflorence   23/06/16      email cflorence.amabrasil@uol.com.br

Um comentário:

  1. Sr Florence,

    Movida pelas suas crônicas começo a prestar mais atenção no azul...
    Um ótimo fim de semana.

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