segunda-feira, 27 de janeiro de 2020


ALMANAQUE DE VERTEBRADOS E OUTROS ESTRAPILHOS

         - Assumi vistas em Egebrando Catimba desentravando gingas e salamaleques, nos tipificados gracejos dele, mesmos ladeiros abaixo no Fundão das Calongas e não desaprazei o sorriso até que os saudados desnecessitassem de complementados. Se deu. Fundão, terras de aprendizados, ariscos, proventos, mal lhe digo e afirmo. Deus não tem enrodilhado nas bocas das Calongas por não tolerar desforras desmerecidas e milagres atentados nos desperdícios. Acunhaé, saudei, por Oracabalun Maior, para não desfazer mal olhado ou diminutivo nas reverências. Ofereci o baseado na substância e praxe, o qual, meritoriamente, não impugnou Egebrando, mas muito aos contrariados específicos apeteceu crismando ele grato na prontidão venerada. Era um poeta abstracionista devaneando prerrogativas pelo bafejo chistoso em riso farto quando assanhava um haxixe extra, benfazejo e baforado. Acatou afetivado no junco, pois não se fazia de mórmon ou psicanalista nos momentos de extravagâncias jubilosas e pautadas, ainda mais na suficiência do fuminho disposto e principalmente dadivoso. Deram-se interligados dando compenetradas as horas salientes e apropriadamente inclusivas para a cachaça essencial e rompantes outros nos assentados nossos, em formosura, no boteco do Pasteca, com vistas aditadas para os preferidos preceitos corretos da preguiça. Tal e foi, pois fartamos atentos convistando ainda nossos arreceios muitos pelo morro enfavelado, desde os baixios alongando nas premissas escalando aprumos, pondo alerta nas passadagens dos transeuntes enveredando opostos para não contracenar com a polícia que, na sucata, poderia vir envelopada no imiscuído disfarçado na parolagem dos outros ademais e imbuída de intransigências e vistorias. Na sucupira, o delito portado da maconha seria de motivado demérito para crioulo desempregado na carteira, embora sobrevivesse muito honestamente dos anotados do bicho e do provimento social indispensável da distribuição equitativa, carenciada, da diamba meritória. Instalamos nossas prerrogativas de proseados nos albergados dos caixotes desconfortáveis e descalibrados de sustentos do forró do Pasteca, dando à viela de sequência aos decisórios e relatos, sempre aditando alvissados olheiros nos indefinidos das definições dos prováveis e nas surpresas dos improváveis. Já dizia um tal de mestre Rosa, que nem daqui do Fundão era itinerante ou avizinhado, desconheço, mas garantia ele que a mania do advento de “viver é muito perigoso”. Atente, se conforme e não desaponte, pois mesuramento não preenche barriga.
             E continuavam os inacabados de gentios rumos contrários se dando, subindo as subidas e outros demais revertiam nas compensações descaindo descidas, como lhe dedilhei, pelas ladeiras tombando baixios. E os das Calongas como sempre foram habilitados de escola respaldada de apetência, onde condignamente, pelo batuque do samba, arremedo do gracejo sincopado do coração, se aprende nas mandingas dotadas por Deus a sobreviver nos ajustados das manias, manhas, dos ariscos e maismente dos possíveis arrebitados das sobranças que se derem, minimadas que sejam, dos impossíveis e das peripécias. Arrepare, proceda e verá no som estalido da bigorna que, nos portantos, alguns mais altivos maturam nos equilíbrios de roubar mansinho para não prejudicar as vicissitudes, outros nos atrevidos mais específicos, especialmente das obrigações de matar jeitoso e com escala bem entoada, sem raiva nas minitudes descarecidas, tanto só de quem desmerece o sovado de desviver, para não encrencar penúria no arrependitório próprio adepois. Quem descompassa nos ritmados das discórdias é porque não sofreu nos cangotes das peles as urticárias das urtigas que adulteram os enveredados pelos sovacos das amarguras das carências. Já nasceu provido e servido e nem se desmanifesta diferente, pois já refestelado nos proventos, sem perversos, embiloca nas repetências dos justificados. Mais, pois, acalo do que falei para corrigir os prementes, tanto sim que não é só desconchavo, mas muito dos entrosados carecidos para sobrevivência sabida. Tudo assiste muito socializado nas desforras e vicissitudes, sem pré-conceitos, o samba, nos meritórios passivos e carinhosos para acalentar socorrências às desgraças dos avizinhados, doença que ataca na madrugada o imprevisto, a desgraça do pronto socorro que o filho da puta prometeu e não achegou e nem nunca chegará. Na contrafeita, é na cadência da malemolência da bateria da escola que se imita rezar fundo para o santo da vez, que está dando as cartadas, sejam os prezados dos orixás, protesteiros cantativos de dízimos arrecadantes de quem se patenteia nas creduras, deputado filiado à maçonaria, futebol, milongas e mentiras e saiba Deus de onde vem a bronha. Aos fumigados das esquerdas, que em bloco roubam imbricados desdizendo maracutaias dos salvamentos repartitórios iqualantes dos desabençoados cativados ou das direitas ditas idealistas trapaceando dos mirrados miúdos aos boletados sisudos, empertigando da manha cínica à gravata cara. Política no Fundão se faz todo dia e toda hora porque sempre muda quem comanda as faltas, as mentiras e as negaças dos consentimentos. Tudo lampana, beldroega e rapapé. Nem desajuste. E por sequência atine, até os muito fingidos dos sagrados das romanas pedofilias e sem se embaralharem nas cantilenas amordaçando nas muambas das meninotas ingênuas aos meninos sofridos e sempre muito ativados. Atente. É no repique do reco-reco que encanta a comadre graceirosa que acende os cachimbos nas curvas retas e alerta não descruzar perigos de fronteiros de padre, traseira de burro, cangote de lobisomem e olhado da polícia, antes do orgasmo manso na cama dura. Mas isto não era papo para os desafogos na porta do Pasteca e desmereci o provisório sem deixar abrir vaza para o Egebrando e suas destemperanças.
           Nem não enroláramos pernas nossas nos acabamentos confortáveis, após achegados nas providências acentativas no socó do banco encaixotado, encardido de ruim e traiçoeiro, amolengado, do Pasteca, e Catimba, de imediato, nos seus feitios parlativos em repentes afobadiços, desfigurou alternado que, se ganhasse na milhar do bicho, adquiriria seu camelo exotérico e montaria exibição de proveitos em frente à Capela de São Jestivado, em Inhoritão da Ressaca e nem Deus daria conta de menosprezar seus sucedimentos. Imiscuí em redondilhas e questionados, pois os proventos não se faziam até então, sem desacato de menosprezo ao proposto do amigo, em sirigaitas paliativas e menos ainda alforjavam temperanças em sentidos objetados. A conversa fugitiva do Egebrando despontou como efeito superlativo antecipado da cachaça imiscuída com o fumo da bamba, mas àquela hora era por demasia antecedida para o desmonte carecido da ideia despropositada. O raciocínio de tartaruga menstruada em desova da amamentação conspirou comigo, mas não truquei em sequências estas reversas intimadas para o amigo, diretamente, tanto assim que me postei correto para não admolestar as premissas. Digo com muita segurança e nem começados os arrazoados da iniciativa falara ele no conceito pretendido ainda e não caberia oposto antes dos definidos definitivos. Só desenrolara os formatados e deixei a bateia cascalhando modesta nas catativas dos absurdos. Não poderia poder desmerecer de inusitado sem acastanhar o sotaque com mais parcimônia, concorda? Coisa de São Irigário, protetor das demências e cafetões, capitaneei no embora e pelo renegado do sigilo às mensagens do Egebrando, porém não ejaculei intercorrências.
            Funguei sem carências profundas no intervalo do por enquanto, pois pardal Tiquinho das miudezas passarinheiras cortou por baixo da mesa a cata dos seus fortuitos, migalhas tantas e, neste mesmo sotaque de avezinha entusiasmada fez questão de apontar, no conjunto do mote, por magia e búzios alvissareiros, outro acaso de mesura. Orixá promove, garanto, pois afrontada nas canhotas, escada abaixo, reticente no mérito e atentada aos olhos justos e esfomeados, a bunda imperdível da Meliá reverbera inteiriçada e passadiça por aquele instantâneo em que Tiquinho realçara. Confirmo sim, coisa de anonimato sem desdouro, a mesma crioula cobiçada de estirpe, não transijo ou refugo, incluso sob tortura, de compromissos, afinidade permanente, mais seus esteios exuberantes da cabeça ao imaginário, com o Cadeco, capoeirista das entranhas eriçadas, sobejado de advertências nos enciumados carcomidos e que nos procedimentos interativos das malocas só analisa os provérbios na contra mão dos seus sentimentos contrários contrariados. Impõe muito assegurado dos seus proventos, com advertências singulares, seguidamente pelo manejo soberbo da navalha e sorridentemente veemente com os dentes de ouro, que sorri brilhado, enquanto atende virtuoso aleijamento, nos casos de desafetos encolhidos de menores, ou óbito do descomponente atrevido nos alargados maiorados. Mas a traseira da zinha resplandeceu impecável e sem dúvida no estreito da ordem e progresso, enquanto, não por isto, o Egebrando avisou que o camelo faria sucesso nos ajambrados nos confeites de São Jestivado. No aleatório eu sucumbia meticuloso o imperdível da retranca emérita da moça com um dos meus ouvidos e as demais outras orelhas enxergavam os ponteios do camelo elucubrado, procedimento místico e interativo, tanto que o pardal se dispôs entremeado para apropriar o Pasteca para ligar a TV do perímetro na hora que o Ritape bateria o pênalti contra meu Carporto. Diversifiquei no que pude os atentos, parcimoniosamente, entre a demência do exotérico ruminante do Brando puxando mais uma baforada, deliciado, o divino ribombo da nina do capoeira, o pardal saltitou de acordo com o imprevisto e o pênalti, que o filho da puta bateu meticuloso, não perdeu. Tudo num de só minuto instantâneo para uma cabeça tacanha como a minha decidir de ponteio. Não discordei, pois o camelo, ou a bunda, espere, misturei os desatentos enquanto o pardal chamava atenção dos preceitos do Egebrando, muito empolgado nos dignos meritórios espirituais heterodoxos e Meliá preferiu seguir pelo beco da destra, mais tortuoso e adentrado nos arrestos, mas sabicha a moça de não cruzar o enlameado em frente ao valha couto dos milicianos da droga e acharem que ela desobedecia aos afetos enciumados do maneiro navalha enamorado.  Preste atenção caso contrário não vai desentender os por menores mais especificados que traduzo. Mereciam cometimentos nos procederes meus confinamentos, mas com um olho no traseiro invejável tresandando indiferente, o segundo olho ouvindo os artefatos do Egebrando e seu camelo deslumbrado em perspectiva para o pátio de São Jestivado. No passadiço das efervescências, calibrada no exato, a terceira vista, mais sagaz, com os ouvidos cuidadosos investidos nas continuidades dos surgimentos da navalha do Cadeco e os dentes de ouro manjados do capoeira zeloso de seu patrimônio fisiológico e, se houvesse sorte a dar, a polícia viria da mesma banda para economizar um mirante. Persignei pelas canhotas como comanda Oracabulum Maior, pois vida de malabarista sem rede é de alta deformidade. Carecia o quarto olhado para as intempéries, mas como o provimento arrefeceu desmereci o recato por conta do Tiquinho que sumiu nos interstícios da solidão ou me desdigo? E os três alarmes não se desmereciam da milícia sorrateira sempre, perguntei? Razão de alienar no preceito, para não visitar a medicina legal na horizontal. Atine as serviçansas e Deus me livrasse se eu não fosse capaz de desprometer sozinho dos alucinatórios. Vida de desmerecido não é permissiva ou garantida até que se descontraia das desamenidades.
            No portanto, o camelo, em processo criativo do imaginário Egebrando, evoluiu nos meus paradoxos, observando soslaiado o rabo da moça do capoeira, procurando desviar do silêncio que ficou na frente fazendo sombra para querer que eu a perdesse das fantasias, enquanto o pardal voltou do infinitivo a voar curto como era dos seus atributos. Tanto se deu, pois o Egebrando refez a corda da língua com uma puxada funda no merengue fumante enrolado, sem soltar a fumaça como comanda a carestia correta do preceito, para surtir mais efeituoso prazer nas perseveranças. Neste interstício, não desacatamos nas merecências a bunda transitória e muito menos a bebida que aquele dia descalibraram nas maledicências e puseram, no provável, etanol em vez de álcool, pelo falsificado ardido da pinga. Deus me livre. Enquanto desproseava os atentos nestes provérbios, veja como não é compassiva a vida de cadastrado bicheiro e comerciante de proibidos no Fundão, como eu atento nas subservivências de sobreviver para ter algum, desce apaziguada entristonhada com seu rebento a Ruinha Manerva, que pariu o dito, estuprada antes, por dois guardas do juizado de menores e no seguido, no desacato, pelo Mericato Brosa, capanga do tráfico do Chefe do Fundão, Catanhê Baleia. A Congregação Atalaia do Redentor, do pastor Ecandário Gressi, convenceu-a que Deus contava com mais aquela alma encarnada para seus fiéis, pois assim desdisse sincopado, o reverendo imaculado, à moça, muito no perfil dele arrecadatório de mais gente contributiva, para não abortar de imediatamente, mor dos pecados que desajustavam as façanhas. Deus e ele ajudariam muito compassivamente a criá-lo, mas as alternâncias dos destinos deu-se nos revertíveis dos inversos da sorte dos astrais do religioso, que eleito foi para federal deputado pelo apoio régio do Anonicato Fronhais, aquele bicheiro dos Realimpérios de Cima, mantenedor da escola de samba. Nos destinos da vida e das manobras do além, deixou-se levar o religioso juramentado na câmara, ajuntado mais com as suas esbórnias espirituais, aditados com os embalos políticos-proféticos, a promessa à menina, a ajuda desfeita em miséria, a puta que pariu e seu Deus particular para a capital. O Fundão não aprovou nem desaprovou, como é do feitio dos anonimatos calados e dos desmerecidos afavelados, mas a prefeitura do prefeito Nibontinho, que precisava ser reeleito, desprometeu e descumpriu que na próxima gestão abriria uma creche perto dos Alagados. E a o mundo que é grande, desarbitrário e mudante, escolheu exatamente os Alagados para desfazer as misérias do rebento, do choro, da fome e do arrependimento da menina sem creche, sem Deus, sem pastor, sem prefeito.
             Mas a vida continuou e nós, Egeberto e eu, mareados já na biinha da droga e da cachaça, desmelindramos dos passos miúdos da Ruinha descendo abeirando o Ribeirinho do Carcome Defunto levando sua ânsia maltrapilha e o filho esfomeado para a esquina do farol de baixo onde tentaria vender um punhado de nada que é o que ela atina só por ter de miséria a oferecer enquanto escuta em desespero o escárnio dos motoristas. E as historias se enfumaçaram nas minhas envergaduras, como acontece com as ideias de quem memoriza vida já em larica no Fundão e justicei com o camelo do Egebrando que o capanga, Mericato, que o chefão Baleia dispensou do serviço de guarda-costas e adicionado de continuar vivendo, pois lhe mandou acrescentar dois tiros diretos na cabeça que não pensava e desobedecia. Sugeriu, condizentemente, que atendia justiças merecidas à pobre Ruinha e com mesuras aos favelados respeitados com medo de acusamentos de imparcialidades indevidas às gentes dos seus arranchados. Os policiais foram promovidos e transferidos, depois de acusados, sem testemunhos, de estuprarem demenor. As contas se acertaram nos esquisitos arrolados das miudezas e dos indevidos inesperados, pois os ilícitos das drogas puniram os intercorridos seus próprios muito nos adicionamentos, mas os despojos dos legalizados arremedaram as conveniências dos ajeitamentos, euforias e acalaram. É a vida nas barrocas, nos alagados e nos morros. Amortece e desentranhe, os manejos são dos reais, nem conjure das mesmices diferentemente. Deu-se Senhor. Creia.     
           Você que conhece o Egebrando, quando ele põe uma mixórdia na cachola só para de elucubrar depois de apanhar da polícia ou bater com os cornos nos insolúveis. A pretensão seria trazer o animal à frente da São Jestivado, ensiná-lo a ler as cartas, búzios, tarôs, as linhas das alianças das madames para ver se furtava algo e ensandeceu em certos e outros simulados funcionamentos de oráculo arrebatando véus, terços, boas intenções, carteiras, contribuições, bolsas, depois dos sermões das rezas do Padre Abelário Ronço, aquele encanto moreno alto e efervescente de olhos verdes das jovens, viúvas, desconsoladas e gays, toca guitarra alto, enquanto é filmado pela TV Educativa, para ver se Deus atenta ou, intuo, se a mãe morta escuta. No vazio, Ruinha desfigurou ruela adiante suportando seu desalento e filho, enquanto a ratazana velha, Ábia, deixou o forro do boteco do Pasteca com nojo do ranço da gordura do sebo catingudo que fedia da cozinha para empurrar os pratos-feitos do dia e enveredou pelo lixão da quebrada de baixo no descarecer, como sempre, de atravessar o esgoto maculado que corria ameiado nos intentos nojentos à viela e encontrar o Ribeirinho do Carcome Defunto. Risco danoso, esgoto acima ou abaixo, além da sujeira para ratazana desalinhada e tudo adernado com os prestativos presentes dos urubus margeados pelos atoleiros empossados do ribeirinho na catança dos petiscos indefinidos, defuntos, melancolias e muito nos agrados das ratazanas distraídas. E meus olhados esgarçados nestes pensamentos envoltados, nas reboludas atrações da Meliá e por venturas a céus abertos, desatendendo as micadas repetidas de pecados e milagres do aventurado ou aventureiro Jocamor Rufante, pregante incisivo, socapando a humilde bíblia encardida, amontado portentoso e eufórico sobre o tamborete no começado da escada subideira para os confins do Fundão das Calongas. E deste então, ponto começante das Calongas, para garantir, como você sabe bem, passam a se pasmar as visturas fronteiras dos indefinidos, lá nos confins dos seus espigões com as divisas latifundiárias dos domínios desconhecidos sós de Deus e do Diabo, colecionadores das entranhas disputadas ferrenhas para recensearem abastanças de almas, refregas, bonanças, as tormentas, condenações, os perdões, castigos. E, muito por assim sendo, até os contratempos dos limites dos cantos e encantos de cada um, de onde ninguém atenta visitado proceder sem convite, cadastro e julgo para adentrar nas conjunturas. Calo para não desdizer mais do que não procedo além dos meus limitantes.  
              Mas carecendo não perder pelos desatentos, digo a você, que ao Carcome foi o codinome aditado de Defunto depois que a polícia, o tráfego, os corneados e outros implicativos atuantes ativos, passaram a desovar trabalhos de desencarnação dos sentenciados no Ribeirinho nos postiços indefinidos das madrugadas. E não margeio pelos indefinidos, tanto que naquele então, muito satisfatoriamente, a larica foi equidistando do razoável ou não se daria do camelo ajuizar prerrogativas e tomar pé ao meu lado, irrepreensível, no proceder de acomodar a bunda da Meliá no caixote e ela acenar pela cerveja ao Tiquinho. Um urubu pediu, cortesmente, antecipadas prévias para depois convencer Ábia, afim de que ela voltasse a transitar sem preocupações pelo esculacho do esgoto para escapar dos dissabores das frituras do Pasteca. E o povo inteirado das serventias começou a voltar a tresandar seguindo os passos gingados do Cadeco que retumbou pelo imprevisto fingindo que não intrigava a presença da namorada ao lado do camelo gesticulando. Contornou do além-retornado pelos caminhos do Senhor ou do Demo, pelas vertentes do Fundão, Mericato Brosa segurando a faixa enrolada na cabeça para garantir que suas balas recebidas não caíssem pelas imundices. O reverendo Ecandário e a pompa da magnitude desceram do carro oficial a procura de Ruinha que se negou a conversar com testemunhas de Jeová sem palavras e se debruçou sobre a barriga enorme de Catanhê Baleia para acomodar o filho próprio na imensidão do nada. O bicheiro Anonicato Fronhais cruzou os indefinidos chutando ratos, fome, urubus, pardais, misérias, defuntos, imundice, guardas, bíblia, tudo que lhe caia nos contrapés para adivinhar qual o bicho daria no fim da tarde e salvar a sua reputação da insânia em ter elegido o Pastor Ecandário Gressi para cometer tantas falcatruas e sacanagens em nome do Criador. O Padre Abelário Ronço albergou sua guitarra mágica sobre o horizonte e as nuvens começaram a bailar entre os azuis e os milagres em floreios tão delicados que Deus e o desafeto se apaziguaram para se encantarem nos rodeios.  Jocamar Rufante esmiuçou os infinitos do seu portanto desarticulado e de seu púlpito de tamborete esgoelava ao Senhor e ao Demo que, se não surgissem perante suas sagradas bênçãos, seriam excomungados e teriam de trocar de infinitos indo Deus para o inferno e o diabo para a cruz.
           A tarde se fez branda, a larica arrefeceu, as lágrimas começaram a subir acabrunhadas acompanhando os passos melancólicos de Ruinha cruzando os ratos, a realidade, a miséria, a vida. Mesmei comigo em só, em triste, perguntei desmotivado de procedências, perversão ou pervertido, por que será Senhor? Se deu dando os demais desembalos, alucinado, alucinante, o desejo é o símbolo do nada, pois não existe ainda antes do risco de ser ou sumir. Mas ao mesmo tempo é esperado que advenha o desejo na sua realização em ser ser e no enfim se descobre, por magia, que não é mais desejo desejado, mas simplesmente a pobre merda da realidade. Solucei ao ver o urubu sacudir um pedaço de defunto entre os dentes enquanto Ruinha beijava o filho. Misericordiei os passos mirrados dela, não imaginando o que teria ela para desejar, com certeza, talvez, nem atinasse o que seria desejo, de tão indesejada de tudo, de si, do mundo. Por quê? Por que. Calei. Olhei o indefinido confuso, conflitante, da viela arregaçando seus enlameados, destinos, urubus, tristezas, ratos, paradoxos, lixo e senti o cheiro acre da angústia da Ruinha, pois o destino escondera seu desejo embaixo do nada. Escondera por um eterno inteiro. Arrastava a cria indesejada, que ela amava que não desejava, mas lhe disseram que Deus, que a desejou, um quase nada de tão insuficiente, não desejava mais. Assim, sem solução, desejava ela que Deus existisse para ela um pouco, poderia Ele nascer dos escombros da sua angústia, poderia então na alegria de ser, ser para todos, não só para o reverendo na capital, para que desejasse o que ela não desejava, mas que a vida obrigou-a a amar sem desejar. Arrastava com os seus pecados imundos, que lhe convenceram em criança para ter o direito de acreditar em Deus, a raiva, preguiça, tristeza, sexo, inveja, choro, atados todos à solidão enorme do seu desejo proibido e querido do filho pelos caminhos dos insolúveis do Fundão. Dava certa sensação de que um bicho sarnento chamado destino enviesando as mandingas da morte, por rompantes e aleatórios, a escolhera para viver ela morta e vê-la morrer vivendo. 
              Amarfanhava ela no coração miúdo uma tristeza sem solvência, sem fim, sem culpa, pior, sem dor apontada, pois era inexplicável. Vi de longe, entre a gota de lágrima que turvou meu cinismo, já sem a droga mais, ela parar no degrau do meio da escada adentrando os infinitos das malocas e insolúveis, salpicar os seios miúdos, boca esfomeada aguardando o nada, a se fazer, vazio para enganar o filho indesejado amado. Soube e avisei Egebrando que o camelo não deu na milhar do dia, deu o imprevisto outra vez. A noite calou trazendo de longe a melancolia enquanto chorava ela no chão insolúvel, duro e chamou a solidão, única emoção disponível que não esquecera para não pecar. E ali, no degrau do meio, onde iria dormir, sussurrou a ela, solidão, que não sabia nem quais eram os seus segredos, pois não sabia nem seus desejos, tanto que não sabia se sabia se poderia ter direito a desejos sem saber, mas pediu que escutasse o que não sabia, pois não sabia mais ninguém a quem contar o que não sabia. O filho escutou, soube pedir os seios no choro, que só ele sabia saber, para ela saber que ele estava ali e não sabia por que.                        

Ceflorence      26/01/20        E-mail    cflorence.amabrasil@uol.com.br

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020


RECITAL EM MELANCOLIA - MADRUGADA SEM DEUS
-Memoro por quê? Pois, pois é. Barafustei doutor, explicativo e desditoso, por estes pormenores intrincados e agora assim repergunto no versado, incluso cismo, se concordaria ao ouvir tudo, tudo, até os diminutivos aumentados? Espere então, diferentemente despropositado em alguns versados e incluso improcedências, ao prosear delongas desmerecidas e importunar vosmesse, doutor. Mas se atendeu concordar, se vamos. Os que não forem se clareando nos principiados se melhorarão nos descaminhos, pois. Atente majoritário, Deus nos acompanha e, Soberano, a vida traça, Ele, em correições por serem. Não, nem sei, mas vêm nestas ideias desacomandadas, outras incorretamente demais, como procederiam se atentassem como preferiria, carentemente, mas assumo assumidas e desmeditadas para não provocar tormentos descabidos. Preocupa não se não desproceder de início, pois meus inconscientisados que enxofro amargado, delegam vindouros de outros desvãos diversos, atrapalham os legados e falseiam os corretamentes. Se dá, veja! Não por intenção, mas por limitantes da cabeça inversada que marejo. No começo é igualmente seja qual potro redomão meus pensados, empaca nos encruzilhos destinados, mas depois que desarremeda pega passo e não furtiva mais, sim, não confunda.
Penso diminuto, meio pelo perverso, no procedente, imbuído de desfaltado e inseguro, por medíocre de ideias, para desdizer o que disse, pois é, sim, amedrontado, do eu mesmo ao vivo de viver, amomentados atuais sendo, como me comporto vindo tudo do que sobrou dos acontecidos ao achego e clareio no estampido mais acalmado para conferir ao achegado do aqui com o doutor remeto, porventura. Meço e repito, proponho ao senhor esperar pelos adiantadamentos dos depois e entenderá corretos os fins. Se aguardar os concedidos e proseados, os permanecidos ficam por minhas competências. No desagravo, ocorre até os contraditos das impertinências miúdas minhas intentar, reticenteio provisório antes, para não errar depois. Asseguro como cabresteado se dessem os receios, pois é igualadamente se achegando ao tronco, mesmo como potranca no cio, arrodeando cercas a cata de cavalo inteiro. Poderia começar pela intuição pensada, seguir palavra sozinha, depois verter a sentença e por ultimado parir o sentido. É como o pensador maduro tange o verbo agir, mas desfaço de seguir as ocorrências. Prefiro o desmereço deste desconflito e direteio já no provento para clarear o incomodo e não ejacular anarquias da minha mente conflitada, bisonha de restolhos desmerecidos e ficar atrelado eu no pretérito dos ditos pelo detrás. E tudo pairando nos indefinidos antes dos seus entendidos completos se darem em ser, paciência, mas prossigo. Ficam mais sugeridos os tais para, sem desavença, contar do princípio. Posso? E já desrespeitoso do autorizado antes pelo senhor firmar o sim, vou terminando o verbo e respondendo de pronto sem as anuências devidas. Coisas das sofreguidões que me desaguam nas melancolias lá das minhas terras e dos atrevimentos. Adesculpe, mas permeio.
Apitou no soturno, noite minguando, dia nascendo, maquinista fardado, imponência incluída no garboso e ajustado nas mesuras inúteis, revidei trajando angústia, desbotado de pretensão e motivo. Luzes apequenadas do meu lugarejo já dispostas a se desfazerem por descarência. Era, pois. Desconjurado eu emudecido no banco, só, do vagão. Partiríamos nas desventuras dos horários. Encolhido, amuado no meu eu capengando cismado, assim reverberando desespero na saída, muito sozinho fui ficando, calado, exatamente, viu (?) mas nem desperguntei para eu mesmo se queria assemelhado como no correto deveria, sim ou não? Mas se deu tal, se deu por se dando e empenhou de se dar, sem solução diferente, deu-se. Falta de manejos, outras conjecturas alteradas de mudanças, nem desfiz fé de descer ali de novo, intentar volta à plataforma ainda embaixada de mim, aquietada, e, nos impraticados, fomos desprazerando. No decidido nem retruquei por ciência, partiu molengando o trem misto e se fez chacoalhando. Cargueiro e gente, destino, fumaça. Castigado no provento preparei os insólitos, no vagão quedado, sem desistência, mas também nada afeito aos empenhados, mas já apito dado nos rumamos, fomos nós. Sem solução alternada, solvemos na espicha. Era um puta que partir, partir sentido ao sempre, ao só, por jamais e outras terras. Me proteja Senhor e fosse o que Deus quisesse, mesmei. Escute e atente, moço. Nos demos eu e comboio, a sorte reverteu para sofrer de conjuntura sem folga ou intervalo e não reversava contar agora, de novo, pro doutor, se não tivesse angustiado de prosear os aborrecidos que vieram marmanjos a se darem adiantadamente nos seguidos que foram.
Achegaram corretos aprontamentos dos esperados e saída. Foi trem estradando moroso, nós no conjunto. Assim deu-se e apitou, por princípio viageiro, em novamente. Conto. A fuligem grossa da lenha queimada, tanto que o evaporado da caldeira ferventando resfolegados sujos visitou quem despedia dos embarcados, das plataformas acenando, em pé acompanhando os vagões puxados de per si um a um, a tristeza embarcada comigo, ao poente, a tiracolo. Comboio procurando tino, indo nós, sequenciamos. Triste, traste, trem. Adeuses demos, eu sem provérbio ou motivo, a alma sofrida, ao nada de ninguém na estação por nós, comigo, e não podia ser diferentemente outras formas de ser, pois tudo por ausência de simpatias e afetos que restassem para adeusar. Os demais a despedirem se permaneciam em tais gentios seus apropriados, sinalizando adeuses, a cuspirem seus intuitos, limparem as desnecessidades encarvoadas das roupas sujadas, assuarem lágrimas fingidas ou sinceras nos lenços agitados, simbólicos, como ensinam as novelas velhacas, e tudo se desfez antes de sentirem saudades das ingratidões ou das justas. Perfez enxabida na estação uma porventura sem sentidos, olhando acabrunhada o desaparecer da solidão sumindo sumida sumiceira, apequenando miúda na perspectiva. Na perspectiva mesmo igualmente a que o pintor desenha por horizontes desavistados ao desbotar no azul grená do fundo do seu quadro, como o resto era similar dos trilhos de não proceder mais enxergar de tão desmerecido restou desavistado, assumiu, sumiu, apitou, pois era como lhe garanto só trem de ferro e solidão.
Retirados os vagões sequenciados um por um atrás do outro, diminuindo, diminutos, um nada, definhando, confundidos nos chiados do resfolego enfumaçado como se nem existissem mais de existir, desfiguraram longe da estação parada no esquecimento. Ainda, esta última vez em que se fez afastar a máquina comboiando comigo embarcado, repelido, se pôs a me adverbiar para longe, para o indeciso, indefinido mesmo, cruel. Madrugada, certo? Perguntei sem repostado. Nem desanuviei no infinitivo e prosseguimos. Justo por ela adentrando o amanhecer, se me permite chamar por correto os aproximados das cinco horas, se tanto, este espaço etéreo e promíscuo da luz titubeada, mesquinha de plenitude a se ver ainda sem enxergar, brotando pávida no nascedouro das serras, esquecendo pelas tangentes os ilimitados dos frontões soberbos para desavistarem os aléns inacabados. Hoje é memória, pode se dizer, repetida, do que se deu e sobrou cá comigo bem depois, amargurada era e deu-se exato ao contado como foi, escute só doutor. Refrega dolorida. Transcorreram as recordações ficadas e dou testemunho acabrunhado por se fazer hora de ser, tristura brava. Descidadeniei encarquilhado sem figuras de alegrias da minha terra naqueles justos, contragosto e nem pecado grosso confessava cometido, por descarrência e justiça, digo, fugi. Desertava de mim mesmo mais das razões sem fim corretas, só para desaprender a sofrer menos majorado de agonia. Ideava amiudados medos medonhos, mais menores, mas propus enxabido, neste então, destinar desacompanhado comigo.
Adiantando outros mais, encerrados os intempestivos da partida, avisado e ponha a saudade na algibeira, repito, na partida, relembro saindo, tanto se deu das estrelas derradeiras ainda intentarem minimizadas de proveitos e nortes, se estes existi-vessem nos firmamentos por mandos do Criador e tal se puseram a ser por descabidas das vistas enxergarem, pois encolhendo amedrontadas se fizeram pelo tamanho do sol guloso querendo estuprá-las fugitivas, começando a...., nem descrevo exato para não chorar molhando àquelas melancolias misturadas no fundão da porventura e das dobranças. Exatamente como estava sendo, o sol espreguiçando pelos nevoeiros escondidos em seus infinitos nem pedia reparo de tanto se fazendo acalorado. E elas, estrelinhas, a se desmerecerem miúdas se deixaram ultimar em sobras, dormilitando apoucadas pelos colos do Senhor e ali infinitivas, devaneadas nos sonhos apagando, quedaram sumindo, lentas se puseram. Embarcamos meus juntados e eu, juntos, apoucadicos de penúria de quase nada eram e outras também amiudadas tiquiras de graças quase anuladas por desserventias, desdigo, comigo se puseram a ir. Trouxe a par, tudo em pencas de portantos, inúteis a bem dizer, se permite, dos quais não me descarreguei nunca por impotência, masoquismo, além de outros perfazimentos de poucas cismas e provimentos. Hábito de rebeldia abobada. Ameados, em conjunto, vinham na matula gorda de melancolia, o farnel dos desatrativos e mais umas circunstâncias grudadas. Todavia não pôde se dar de não me desfalcar e vir junto, as angústias mais arrecheadas, a saudade de Leizinha, o último beijo, contragosto, o punhado de apreensões. Fartura de despropósitos? Penso que sim! Era. Creia doutor. Despropositei, ao partir, do loro, que vizinho acarinhava, o gato que se acomodaria quem chegasse ao abrigo, pois é dos intimados dos bichanos, e o cachorro Deus gostava dele e a rua acataria sem estorva ou desproceder. Por tudo embornado carregava ao lado, naquele dia, na mesma bruaca de desespero e no despedido e nos jamais, nem desconcorde ainda, mão apertada, peito desmedido, entravado completamente os por-motivos da moça do nunca mais, ela, a querer me ver. Vaticinou o finado. Os nãos, sem surpresa, por Leizinha se ficaram no passado, no sonho, saudade e desmeço de despalavrear mais por descarência certa de não querer lembrar no mote do sofrimento atentado. Veja o senhor.
Amargurou, confesso sem pejo, o trem apitou novamente, novamente outra vez e assim se viu o carcará, no provável de ser o que era quase impossível, pela distância afastada de tão longe de enxergar, amiudar das vistas garantidas e despontar alongada, a ave bonita, mas perversa nas cadências, sobre os seus imprevistos a cata das intransigências suas predadoras, carecia. Era gavião e se fazia para tanto, belo, definitivo, cumpridor das manhas da natureza mãe. Saga, voou baixo para caçar mais ajeitado e remoto, bonito, creia, lembrei que não sabia enfeitar o destino eu, como se dava a ser a destreza da ave, para fazer sorrir Leizinha.   A verdade se deu em sendo, cruenta, imperdoável, tanto sim que até a merda do bom senso vencera o não-sei-por-que-causa-das-razões (?) e ela, Leizinha, desfizera qualquer possibilidade de seriamos, seremos ou até..., esquece, agora se deu. Nem um talvez ou um futuro mesmou mais, no quem sabe, desdisse seca como aroeira brava, calou. Conjugou ela, marcando sinas, os verbos na voz passiva, cruenta, tempo intransigente sem subjuntivo, tempo dela do desencanto a me magoar, como ordena a gramática inútil do desamor, implacável, sem contradições prestáveis para desandar sonho e somente os esvaziados prover. Alguns por si, em particípios presentes, irregulares e malditos, como são sempre e há de serem os fins, os verbos, as falas, o fado. Ela, em si, postada no alpendre, maldito, que a desapareceu na noite engolfada pela intransigência, renovou todas as declinações como eram as latinas mortas para selar as línguas sumidas e se fantasiou muda de nada. Sequer temperou ou melindrou com: um dia pode ser, quem sabe, ou aquele quiçá, petulante, cínico que fosse, mentirosamente mesmo, se a tal se desse um pode ser..., com o até quem sabe, provisório, um, por favor. Mas no repente agarrou-se no em-vão, não, não. Fechou a porta no infinitivo, acenou com o jamais, estipulou método, mania, tranca, porta serrada e caso encerrado.
Exatamente como desdigo agora, memorado, apitou o trem, me avisando o fim, o fato, o foi, desobediente, sinistro, indiferentemente partiu a partida, ponteou para o desatino sem ser outro diferenciado do sempre seu, meu eu junto, saudades de Leizinha e ele resfolegando como fazia saber bem. Gesticulou praieiro indo despreocupado, como são as ignorâncias dos trens de ferro, em desamores sempre, apitando agudo como só ele atende com sapiência os deméritos de acordar o silêncio. Vagueou ameno pelos arrabaldes eternos de seus destinos, transitando à frente, desfeito de artes, portando melancolias, sem arrogados ou paliativos. Se deu por ser, trajetando meta enfrentada, vascolejando pelos trilhados meeiros, visita catingas mesmas, velhas e amuadas, escuta o pio do nambu acomodado na tristonha dolência, mira o foco e brinca nos vargedos. Por ser prudente e cansado das impertinências, altera os acomodados nas agruras subidas mais amolengado de sina e pelas descendentes desmiola afobando os passos aligeirados com o folego desatenuado, pois tem destino, trem segue. Era uma viajada viageira de princípio e raça, desforra deixada e eu indo. Acuda. Aponha cisma doutor, me atente. A vida, nos rasqueádos ritmados dos batentes começou a se desconstruir desexplicado nos meus a sós: blau-blatau, blau-blatau choramingavam as rodas nas emendas ruins dos trilhados e por se fazer a frente, seguiu, seguiu pelo pretérito imperfeito atrás conjugado na saudade de Leizinha restada. Confesso que desprezado pelo cargueiro, indiferentemente, desconsiderado na soberba mesmada, ficava o amor, ficava ela, eu indo o vagão levando e conto triste assim mesmo do jeito que foi doutor. Fugia eu, as teimosias minhas, ela sobrou no só da camada grossa da melancolia minha, que debitei para a injustiça. Desadornei no realmente e batia um formigado subindo dos fígados para os desesperos que habitam remanchando perto do coração. Era um acuda sem socorro, sem pelo amor de Deus e só, e se dava só o trem, blau-blatau, blau-blatau, adeus, adeus, oh Deus, blau-blatau, oh trem, atrás, atroz, traz, ah! Trem.
Mas o tempo do verbo gente, do eu sem catimba conjugada ou métrica, nos fomos de sofrimento em procissão e fuga, amor em sempre de desejo e só vendo doutor o verde fora que não surtia efeito de me deslagrimar das saudades. O tal do que me consigo aqui dizer, de imediato, recontando as teimas pro senhor, não transpassa confirmar que sou um presente desmerecido que se desafina do que foi no passado, tanto como do que virá nas frentes a ser nesta cabeça endoidada de doido e como é comigo sempre sendo quando penso o que penso imitando ainda do que penso agora. Imagina. Persigo no persisto e aflijo. Creia. Creia, doutor. Para dar-se, nos resumos, tudo cala igual no atoleimado da mente e não sei se o que se foi é ou era? Se o que será é ou foi? E para não desmerecer o endoidecido, do agora, se era sendo ou sido, se o que foi será ou o que será seria? Doutor é e era nestes cipoais gravetados que meus desatinos desmereciam antes e desmerecem já agora.  E o trem cutucava as cataplasmas das minhas dúvidas, cismadas mesmas, e um vento amanhecido de orvalho tiquira fugindo para as serras tateou até amansado de enxugar minhas lágrimas, mas não ajudou por desmerecido de proventos. A teimosia e ou a tristeza ouviram o trilhar, blatacan-blatacan, moroso do sentido trilhando rumo, rodas surdas, eram do trem, despreocupas, acudiram meus tresloucados verbos do pensamento corricando passado. Com certeza repuxando ideias desmedidas, repetidas, grudadas, secas dos passadiços, atentavam no presente, voltejavam ao futuro, desesperançavam desassossegos, gestavam sem vicissitudes. Aponha prudência.
E o trem se fazia desobrigado de proventos. Apreciava mordiscando os lábios para chorar minguado, escondendo nos disfarces os olhados sem atentos nas delongas encurvadas margeando o gado solto, quebradas de picotos ganhando suas serras e estas pastejando reses inacabadas em camparias infinitas sem finados das medidas e ansiedades. Vidro esfumaçado da fresta da janela, brisa alongada das solidões sisudas, engarupando verdes desmedidos enfrentado os sós dos torneios sumidos lá para os confins dos sopés das vistas perdidas. E o desplante desacomodava acomodando nos murmúrios das tristezas amargas, mas se pontuava melhormente nas restingas quebradiças das grotas faceiras e Deus não improcedia, mas no então nem mesmo descomandava. Invadiam os indefinidos, estes, desesperos meus. Ponha fé, por enquanto, no quanto desembolso o lenço. Atentava o apito que se fazia repetir por motivos seus, do maquinista, do Senhor e das curvas cismadas. Briosa, despreocupada e sorridente, confundindo-se com o além do imaginário e serras, bate pelo lado de fora da fresta uma angústia alvissareira. Mastigo o imaginário na ponta do solfejo, deslumbro e meço a porventura. Acato-a por incompetência e hábito, abro a janela, mas ela prefere descer pelo mesmo teto de onde não se arredam subjetivos meus.  Junto, do além-inconsciente, Leizinha, que se faz em si, pronta e bela, por ser sempre, atentando ao meu lado da agrura, promíscua, apeia na cadeira e enfeita a frente aparada à ansiedade e mesura. Se dá e veja! Parelha de sobeja e paradoxo desarticula o verbo e desentrosa os motivos. Atento nos desatentos por falta de envergadura e corretivos. Acomodo a paixão imaginária às fantasias entre a minissaia grená, meu desejo, banco frontal, no meados da angústia sorridente acalorada e da demência despreparada. Colorido nos olhos esgarçados sorriu-me saindo Leizinha encantada do sumiço como se o pretérito não houvera. Mudara o imaginário, tanto que quando me mandou desistir, alisou o cachorro ao lado, arrumou os cabelos longos, puxou a minissaia para insinuar as pernas nuas, lindas, e envolta em sublime e desejo não se propôs ou condescendeu desenroscando do meu desespero. Mas sem pejo ou conceito, nem não pergunto por que encarnara do infinito, acomodou sorriso, se fez a mesma, encrustada em minha angústia e azul. O apito chama a atenção de uma roça rala de milho seco no compasso de quebra sem pressa e, juntado a par, como são os havidos nos cerrados, por contas dos acontecidos, desvia para o provável esquerdando, sem meditados, um veado campeiro a cata de seus outros portantos. Cismei das imagens vistas chegando de atropelo nos meus exatos e os nãos das turras intimadas, minhas, da cabeça descompassada e vadia e não sabia o que merecer mais atentos, se seriam os proventos na angústia, magrela, mordendo fundo, Leizinha me acossando para não mascar o freio, o veado, infinitivo, indefinido no provável dos motivos próprios e transmudados nos delírios, enquanto o trem sinuoso trilhava mais outros tantos para aconchegar minhas melancolias. Afogueou o provérbio e me perdi destemperando. Justo assim sendo, repito senhor, não duvide, pois se davam os dados. Não discordei, jamais interroguei por descabimento e sobrosso, creia doutor ou postergo os ditos. O maquinista apita suave, tentando me restabelecer em algum finito. Pouso em ponto morto.
Trem não desmente ou discute, transita. Segue. É trem, só trem, trem trilha entre trilhos. Perguntaria até, permitiria invadir-me se não me agradecesse e agradasse em detalhes e solfejos. Não é, mas existe, pois quando não existia, estava nos compensatórios sem saber que iria acontecer. Não descobriria até porque e como começaria adorar a loucura e acarinhar a demência. Atento e saúdo o imaginário das ideias, ou me proíbo e desfaço da mulher juntada ou acaricio a fêmea caramelada em minha doce suave alienação? Para esquecê-la teria de me desfazer, contrariado, da insensatez aparceirada? Nem pense. No vazio das soluções preferi me apegar ao infinito e solicitude, acomodando o deixa para lá e ver o trem balancear na cadência meus divagados e seja o que o destino cumprir nos seus intentados e imprevistos. Arremedo e pontuo sem prerrogativa. Uma brisa competente e sorrateira sussurrou-me, ou doido ou cínico, pairado escutei sem resposta, nem apavorei. O blatacam concordou em trilogia e nós seguimos como o tempo insistia. Olho bem aos fundos dos azuis celestes e se Deus não apareceu é porque levou as estrelas menores para repousar Prossigo. O trem não desmerece e investe caminho e reta. Nasceu trem por destino, competência e sina. Pensei, prazer? Respondeu moroso, Blatacam, blatacam, carinhoso, me desconcertava. Divago, esqueço os trilhos, as estrelas, Deus. Acamo a angústia no espaldar da poltrona dura, seca e, por proverbio ou providência, atento para as displicentes pernas lindas, empertiga os seios do corpo esbelto, saudades, desejo, era ela inteira e sonho. Me excitam gestos displicentes, provocar queria, quis, proveu, insinuou, fingiu que não ouvia meus delírios, se fez, Leizinha, sim e era, foi-se, permitiu-se integral e a despi nua, para engravidarmos os infinitos e aos ledos irresponsáveis. Quem diria que não estaria em lá e em mim. Se músico retornaria em ré, (atrás) para o sol iluminar-me em mi (mim). Pensamentinho medíocre, doutor. Prosa de desgovernado. Solfejo meus indecisos e afino o arbítrio. Penso, logo existo, Descartes. Devaneio, logo persisto, qualquer alguém. Eu, por absurdo, não sei se sou ou enlouqueço, logo não desisto. Converso em inconscientes desfigurações e Leizinha traduz em indecifráveis libras nossas parábolas inexistentes concretas, enquanto eu estiver apaixonado, demente, ela ausente. Fomos. Creia. O trem se ganha no rastejar molenga dos interstícios indiferentes, mas responsáveis pelos passos e prováveis. Ninguém advinha o que nos espera, nem o trem, o maquinista só ponteia, sequer Leizinha, eu nem diga. O veado fincou altivo no provável e voltou para o imaginário. É lindo. Não distingo os intangíveis, veado, o imaginário, sol afrontando, Deus nos infinitos, Leizinha transitando entre o absurdo, o passado, no banco da frente, com as alegrias do inexistente e as pernas dos meus desejos. O trem apita para me pedir sorriso ou pleonasmo. Esgarço um premonitório displicente. Conversamos atabalhoadamente, Leizinha conosco, eu comigo, ela com meus arbítrios, ninguém assume, ficções, meus sonhos. Outra vez e ainda o apito transluz meditativo que a curva da ponte carece aviso e que posso derrapar para a esquizofrenia. Melindro o que será do gato que larguei na minha casucha. Felinos são mais inteligentes e pragmáticos, se apaixonam pelas circunstâncias e lugares, desmerecem as almas, os sonhos, as amantes.
O provável que me acossa para instigar o futuro se faz inteiro, por não existir, fingindo, irônico, que pode acontecer. Louco me acalanto simplesmente no imperdoável, embora sempre faça questão de considerá-lo fiel, confiável e ainda imutável, pois creio ao infinito no provável como na gravidade ou em milagres. Sou um idiota crente profundo de fé, perseverança e autofagia mental incrédulo. Não interessava nada no então, caso contrário pediria para as rodas retornarem à estação e com certeza não soubesse nem para que.
Doutor, mais dois dedos de prosa e folgo o senhor. Sem saber dos porquês, instigava Leizinha meus intrincados pejorativos e indesejados. Assim foi e com cadência de eternamente iguais me puseram a desacorçoar. Acredite e ponha tento. No paragrafo seguinte anotei na solidão, por justificativa e método, bem no ameiado do lenço agitado no adeus colhido, uma gota de lagrima inteirinha que dividi ao meio. A lágrima-meada da ponta de cima, tão nobre quanto, foi repartida igualzinha para engravidar-se do azul e ver se pariria um retorno. A metade sobrante figurou guardada, sem presteza, para remarcar a impotência e até envelhacou amarfanhada para não deixar a saudade secar. Foi em sendo bem assim mesmo, até que me dei por só, chorando e sumindo de mim e o trem encarrilhou sem soberba, como sempre, neste fim de linha da capital. Juntado eu junto vivo por estas beiras. Vim como vim eu mesmo nestes acontados que lhe propus por conta ir desfazendo, mais para me desafogar do que por pertinência de merecer juízo.
Só para finar os encerramentos, reconto que partiu tudo acarregado, dos que trouxe comigo, embornado, como detalhei nos minuciosos, da estação ficada na angústia, onde se é de ser a outra ponta desta estrada e destas rimas, o fim-de-linha de Desafogo do Pontão, nascedouro meu e, no então, juntado ao nunca-mais, se Deus dispusesse, como dispôs. Lá descamba ainda, salvo se pelos ameados de desconhecimentos meus se puseram diferentes, Leizinha, suas indiferenças, latitudes desapegadas, meus desconsolos e os desmerecidos. Foi e é.
Agradeço e fecho os atentamentos do senhor para meus despropósitos. Tome o café, que vai esfriar, diferentemente de como renegam minhas manias, por favor, doutor.
Ceflorence     13/01/20       email   cflorence.amabrasi@uol.com.br  

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020


PORVENTURAS – ABSINTO E DOXA

Chegou acabrunhado, sequer declamou os brancos coloridos, anódinos, das meias.
Amassava o chapéu, entre tristonho e certa esperança, relativa, no louva-deus.
Pesquisou a tese, inoportuna, para não solucionar teoremas ou paradoxos.
Olhou o céu, procurou Deus, saudou o insolúvel, achou a reflexão mal intencionada.
Censurou-se e escolheu pequenas abstinências ao querer vaticinar o inconsciente.
Poderia até ser dia de graça, se não houvesse uma estrela em dó menor, imune.
Mesmo assim possuía consigo um desdém, amestrado, idealista, do lado oposto.
No confronto, entre o azul e a metáfora, ao se masturbarem, nada se definiu.
Questionado, sugeriu o ensejo do ritual do parto gênese para pueris ensejos.
Transcorreu bem perto um pequeno intuito encachoeirado e cínico. Vaidoso.
Pois cedo, as afinidades azinhavravam antes de encontrarem os motivos.
Observava com método, primeiro, depois dividia o destino em pró e não aborreça.
Procurou, entre os mais carentes, um aconchego robusto, mas assexuado.
De manhã não se barbeava, para só no almoço criar fantasias.
Não chegava a ser um cético, embora preferisse cores miúdas às insonsas.
Respirou fundo o sabor do vento pensando em engravidar a alegria.
Com o escorrer do tempo preferiu atender o silêncio a açoitar o provérbio
Nunca se conformou com as metamorfoses, embora não comungasse.
No entanto, concordou com a melancolia ouvindo as rosas subjetivas.
Crente, se preparou para trazer ao convívio as melhores discrepâncias.
E determinou o ribombar dos sinos para reinstaurar a saudade.
Ao aceitar a lei da gravidade, liberou o óbvio, incentivou a imaginação e pregou.
Dúvidas atrozes, se o conceito de paz fora mitológico ou servido na santa ceia.  
Suportava nas entranhas metáforas vis com a tenacidade dos convertidos.   
Mas antes das soluções aplicava seus sermões e os casulos eclodiam.
Nunca transigiu com as marés, fossem elas altas ou mundanas. 
Desapegou das coisas fortuitas tanto como dos verbos na voz passiva.
Ideológico, ressuscitou após o terceiro dia com o desdém amestrado, barbeado.  
Distribuiu as fantasias entre os mais carentes do lado oposto.
Insinuou que meias anódinas, não declamadas, seriam brancas ou canonizadas.
Dar-se-ia o aguardado, não houvesse só uma estrela em dó maior ao se masturbar.
Abençoou o provérbio: almoço; divida com amigo, jantar; dê ao inimigo.
Ao engravidar a alegria preferiu atender o silêncio a açoitar o prognóstico.
Tanto que não chegou a ser cético a ponto de desacatar a lei da gravidade.
Restabeleceu o dia de graça só para atender o ribombar dos sinos.
Envaideceu-se com o louva-deus que não amassava o chapéu ou a esperança.
Ensandecia ao sabor do vento ouvindo as rosas subjetivas na voz passiva.
Com a tenacidade dos convertidos, nunca transigiu com as marés.
Desapegou-se das coisas fortuitas, no entanto encantou-se com a melancolia.
Pensou em engravidar a alegria antes de solucionar os teoremas indefinidos.
Se houvesse só uma virgem assexuada, não sentiria o sabor da aurora.
Mas o pequeno intuito, encachoeirado e cínico, não chegaria a ser cético.
E bastou romper a liberdade para amamentar os melhores pecados capitais.
A vanguarda progressista caminhava atrás dos chavões e desmerecia a sífilis.
Descobriu que a infância era o começo do inevitável, sem sabor, a se tornar inútil.
Velejou pelo desconhecido como se estivesse indo escovar os preconceitos.
Na entressafra, todas as euforias foram autorizadas e consagradas, salvo a verdade.
Em seguida, ele rompeu o silêncio e calou-se para sempre sobre a incógnita do ser.
Ensinaram-lhe a orar, pagar dízimos em parcelas com juros e ansiar por utopias.
Obrigaram-no a andar no coletivo, receber salário mínimo, votar e enforcar-se.  

Ceflorence     05/01/20       email   cflorence.amabrasil@uol.com.br