sexta-feira, 25 de maio de 2018


VERSO EM PÉ DE SERRA
De tratos e tempos não se formam os verbos, pois, a desandarem as ideias solteiras em cabeça de viajante infernado nas rasteiras das poeiras e tropas de muladas axucradas, nunca se deu de apaziguar as mágoas, só pela cadência da viola andejadeira. Atente moço, se quiser saber os definitivos quando o sermão coruscar pelos lados das maldades e dos verdes com os ventos corriqueiros trazendo notícias das coisas bravas, não se arremede ou acanhe de perguntar. Aquelas foram igualadas às mesmas pragas que zangavam entre as pedras miudicas, por onde sapecavam as cismas mais entranhadas de ver o saci enrodilhado nos rodamoinhos das encruzilhadas. Ali havia sido assassinado homem de descrença nas fés e matador por conta de mandado de terceiros, mas merecera cruz por ordens dos mandantes. Coisas dos sertões e outras tangentes sem explicação. Deus me perdoe se desfalo despropositados sem melindres, mas é como sei verbar no desacato quando a corruíra canta em sustenido solfejando esconditiva na beiradinha da mata fechada.  
Coisas nem do tinhoso retrucar nos sovados. Foi assim, por desconjuro; o azul veio rodeando pelos cantos dos horizontes, cambaleando sem saber como pousar nas desforras, mas o grilo calou no fundo da capoeira rala, até a serra ser atravessada pelos pesadelos e liberou por aqueles cantos tristes o sombreado do sol que se punha para amoitar na preguiça. Ameaçou de chover, mas o remédio não se deu e nem proveio de imediatamentes como o vento sabia caminhar, pois não desaprendeu sozinho andar devagoroso como se pedia, mas cuspia carrancudo do lado da refrega. Prosa mole, sem destinado? Talvez. Aquilo era um esturvião de indecências e motivados des-explicados. Apaziguou o cavalo passarinheiro na porta da venda, fez gesto de proseador e coragem e amorteceu o rabo-de-tatu no sovaco da retranca. Por desmotivo, cambaleou as pernas hirtadas e se fez de indiferente, apeando do animal suado. Coisas de nem se acreditar de tão tinhoso. Prosa de deus com o demônio em roda de truco, lugar onde as coisas não se fazem por varejo mesmo para quem não tem destino certo.
Os que já estavam não descreram de suspender a pinga, menos ainda o truco, a retaguarda do amedrontado nem se fala e olharam de soslaio como se fossem carenciados dos perjúrios mais salgados a ser pedido nos palmeados do catira que continuou travado ou desameaçaram de desfazer os sinais das cruzes corretas por desmotivos das intempéries que ameaçavam, mas não vinham. Mas não se deu nem por justiça e não foi merecido de serventia adjacente. O homem abençoou refrega e apaziguou no desmonte. Coisa de não prevenir.
Foi como chegou a conversa na boca da noite, cada um se calou de si para ficar sem falar e o lampião de querosene continuou fumegando, pois ninguém teve coragem de sair da retranca com medo de que a desforra viesse no encalço da solidão.   
Ceflorence   17/04/18     email    cflorence.amabrasi@uol.com.br

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