ENSAIOS EM SUSTENIDOS
Domingo
de devaneio, pois em azul me apanhei indefinido entremeado em anseios estranhos
à procura dos meus infinitos margeando as solidões. Constatei, em sustenidos,
que seriam sete as luas infantis se escondendo entre melancolias, mas brincando
de barra manteiga. Ao lado corriam as fantasias à procura de almas singelas para
fazerem-se sonhos. Procedia. A demência era doce e as gotas suaves da garoa
escondiam os desejos. Senti a tropa de potros bravios galopando sobre minhas
cismas e conflitos. Coisas das artimanhas para que os homens se sintam
perdidos, insatisfeitos e domados entre angústias. Os meandros por onde se
gratificavam as luas novas deixavam o burburinho das suas querências se
esparramarem pelos azuis mais descontraídos. Procurei deixar os pensamentos
soltos, se portarem travessos, antes de se esconderem entre as nuvens andejas
viajando do horizonte até se esconderem em um ponto neutro do além. Caminhei
sobre meu inconsciente mais robusto sem defini-lo. Coisas dos deuses e das
ninfas que não são afetados pelo raciocínio intransigente dos que não conseguem
enlouquecer mansos para alegrarem-se nos próprios devaneios. Sabia bem e
imprudente o aroma de ilusão que tentava escalar pelos sentimentos presos aos
infinitos como musgos envelhecidos.
Não
era sequer poesia ou sonho, mas os versos soltos não encontravam suas rimas,
embora tivessem sabor estranho de nevoa ou de melancolia. Na dúvida calei apaziguado
pelo vazio e detive-me a cismar se os sonhos que procurava estariam escondidos
entre as rosas ou se disfarçariam de provérbios. Um desconhecido velho ancião atravessou
meus versos pobres, montado sobre suas imagens singelas arrastando duas
angústias miúdas à procura do silêncio e cuspiu em minhas pretensões. Enquanto
cavalgo estes devaneios, as andorinhas sequer se preocupam com minhas doces fugas,
pois não consigo acalentar os sofrimentos que voejam à cata de seus desejos. Sem
poder saber as causas mais urgentes, pus-me em ritmo de marcha forçada para
alcançar o nada, mesmo cabisbaixo, pois só assim separaria as formas dos
desejos mais urgentes, dos conteúdos das melancolias.
Enquanto
tal não se dava em sendo, as camélias rebrotaram vagarosamente e místico me
gratifiquei vendo as crianças saltarem alegres, amarelinha entre os azuis
turquesas. A deusa do tempo se pôs a dividir o futuro dos compassos em cinismo,
temperança e vazio. Debalde, conclui que por estas divagações não acostaria em
portos seguros ou remansos. O mesmo tempo me alcançou antes do rio encontrar
suas curvas por onde a felicidade escapava pelas montantes, embora sobre as
margens os pássaros revoando as imaginações confusas desbotassem nos
firmamentos os períodos carregados das piracemas e as ilusões se ofertassem para
se cremarem nas ausências das desovas das felicidades. A tarde era de cores
singelas e as fantasias cruzavam em direção aos passos involuntários. Procurei
ouvir as cores dos cantos dos pássaros envoltos nos silêncios e caminhei
desanimado sobre os meus destinos.
A
tarde se fez miúda antes do horizonte chamar-me para me aninhar em seus braços
furta cores.
Ceflorence 28,/06/18 email
cflorence.amabrasil@uol.com.br
Eta imaginação fértil. Aquele abraço. F.Franco
ResponderExcluirFernando
ExcluirMuito obrigado pelo carinho e retorno.É o que motiva..