CAMINHO EM AZUL E
OUTRAS SIMPATIAS
Na
entrada do pequeno espaço que se abriu entre o sorriso e a saudade plantou-se
um pequeno pé de alvorecer e, com muita habilidade, carinhosa, inseminaram-se
suposições e alegrias com o propósito explicito de colher ternura suficiente
para atender a carência geral. A atenção do azul voltou-se de forma imperativa
para o leste, pois havia um chamamento afetivo distribuindo suaves acordes de
tonalidade cor de rosa com os quais a culpa e a preguiça se fundiam. Eram obrigadas
a se recolherem no albergue do infinito. Só assim ficou explicito e definido o
objetivo comum.
Ao
alvorecendo suave toque de flautas chamando ao passado, esparramando ternuras
adolescentes despreocupadas a procura do primeiro amor concreto, redimia a culpa
dos deuses que acordavam na madrugada com seus remorsos resolvidos. Por ser criança,
um menino agarrou-se ao carinho da mãe, como beija-flor em sorriso de chamas
vivas, e serviu-se sem preocupação de mais cantigas para ninar suas fantasias. A
chuva esqueceu um pedaço de arco-íris que tropeçava no alegre dos acasos, nos
restos de harmonia e nos beijos suaves com intenções de semear ternuras no
horizonte aonde se fizesse indispensável comparecer o amor.
Sem nenhuma cerimônia fez-se vida como os
sonhos preferem, pois ao contrário os suaves brotos de esperança se inibiriam
exatamente ao desabrochar e castigados comprometeriam o que se plantara sobre carinho
fértil para florescer, só quando necessário, no momento certo. Se alguma necessidade
de dúvida fosse levantada prematuramente, uma corrente de receios
descompromissados com o espontâneo traduziria ondas meio volteadas em
desalegrias, se estas ainda estivessem para ser inventadas para castigar os
preconceitos intermitentes.
Em farrapos, maltrapilhos, foram se aproximando
os sedentos últimos, poucas prosas em sustenidos, abertos para o amor ou para a
valentia, pedindo que se lhes mitigassem sede farta de carinho de lavradios
antigos, mal tratados nos desatinos com que foram desnutridos. Faltava, no
final, para dar sentido ao desconhecido que se procurava o verbo alegre do
diálogo, para deixar correr livre aquela preguiça criadeira que assiste farta
nas noites das fantasias almadas há muito perdidas, que assistem no aconchego
do desconhecido.
E por terem sido servidos afetos aos
borbotões dos desalmados, para compensar os que vinham chegados recentes das
plagas verdes das esperanças esquecidas, não cabia nada mais do que pedir ao
desconhecido que atendesse sem receio aquele mundão de afeto que teria sido deixado
à margem.
CFlorence 4/07/18 email
cflorence.amabrasil@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário