ARCO ÍRIS E OUTRAS
TROVAS
Por ter-se criado o inexplicável, fruto
do acasalamento entre o real e a menopausa, jamais ideológico, portanto, mesmo
na ausência de demanda afetiva, formatado para ser de absoluta coerência e
lógica existencial, tanto que aflorado foi em prosa e verso entre alguns
meandros não esnobes de sabor utópico, com suaves tons de entropia, mas não paranoica.
Criado, simplesmente como inexplicável, deu-se compulsivamente a reprocessar a
formula abstrata mais convencional e simples, buscando sempre a esperança como
meta e sonho. Poderia parecer de início algo sem sentido, mas como sempre o
tempo foi mais categórico no processo e solução, como deixou muito claro ele,
inexplicável, antes de envolver-se afetivamente com o abstrato e a luxuria. Nesta
linha, seu intento sempre fora trabalhar sistematicamente com hipóteses e
prognósticos entre o potencial desconhecido do inconsciente coletivo como
antítese à informalidade psicológica da taturana antes de medrar-se em
libélula. Eram os melhores elementos com que poderia contar na solidão distante
em que se encontrava o inexplicável então, por serem poucas as fantasias, muito
escassas, mas que necessitaria no contexto, disponíveis somente no único local
onde as imaginações se escondiam depois que os menestréis engravidavam os arpejos.
Neste tópico,
empreendeu o inexplicável de forma isolada e metódica, como de seu feitio, trabalho
persistente pesquisando os fundamentos essenciais para confirmar se as cores do
firmamento poderiam ser reutilizadas após resgatadas delicadamente do arco íris
disponíveis e em seguida divididas rápida e necessariamente em sons suaves ou se
teria de retroceder ao inacabado e contrapor somente tons maiores para
enaltecer o encerramento da sinfonia. Pode recorrer a estes procederes desta
forma, como autor, pois o método dialético histórico já havia sido testado de
forma suficientemente convincente. Assim, o objetivo seria evitar os devaneios,
que deveriam se estender compulsivamente naquele espaço estreito entre o nada e
perjúrio, para rebrotar em inúmeros arranjos compostos das alegrias entrelaçadas
de sete anéis saturnianos de desejos e duas nostalgias, com suaves toques de
saudades. Se confirmados, estes manejos robustos seriam fortes aportes para uma
implosão enorme e assim consolidar a esperança, produto extremamente carente no
cotidiano e, portanto demanda de todos envolvidos naquelas circunstâncias. O
processo se deu. Gotículas de arco íris foram tomando cores de saudade e então
entremeadas às camadas de sonhos delicadamente espargidas, amoldaram-se à
alegria permitida pelas libélulas revoando em protestos aos esquecimentos dos
sofrimentos pelos traumas regressivos das formas larvais revoltantes pelas quais
foram obrigadas a atravessar.
Em
resumo, só assim criaram-se circunstâncias para se solucionar o conflito
existencial entre o paradoxo do unicórnio demandando fortuna em vez da
felicidade, embora permitindo suas alegres relações homossexuais extrovertidas com
o arco íris. Em contrapartida, por esta dicotomia materialista, o inexplicável utilizou
o tempo do verbo no gerúndio, o que revoltou sobremaneira os demais envolvidos:
a saudades, a esperança, o paradoxo, a nostalgia, a luxúria e a dialética. Todos
pediram ao gerúndio tempo paciência, assim as formas se acomodaram em azul
depois do retrocesso.
Ceflorence 14/02/18 email
cflorence.amabrasi@uol.com.br
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