PASSARINHANDO, ALÇAPÃO E OUTRAS CISMAS.
Em sendo catinga nada se fazia de
véspera ou porventura. No rareado de trabalho ou outras cismas para depois
ficarem, subiam Cadinho e o irmão Jupá os trambiques da capoeira de cima,
abeirando o córrego, no silvado da macega escondendo o destino, alongando para
os lados da Serra da Forquilha, chamada tanto assim pelo morro dividido em dois
des-peitos de seios em formas enfurquilhadas e pontiagudas soberbas. Seios
maduros de uma madrinha seca oferecendo os mamilos enormes para deus saciar o
infinito e oferecer ao sertão as bonanças dos ventos e devaneios enfeitiçando a
serra. Os irmãos empunhavam a chama, curió velho de gaiola, animados dos
propósitos e subiam pelas trilhas dos cambarás onde os pintassilgos enveredavam
suas preferências e aptidões dos cantados próprios.
Do bacupari mudo, o gato desfazia
as vistas disfarçadas para atiçar as preferências dos ataques às juritis
aninhadas no cajá de cima. Atendida de ouvinte dos perigos carecidos, entravada
nos lamentos das macegas, hora derirembora o dia e na rota de sempre a paquinha
miúda desassombrava ao bebedouro no intuito de escurecer e na cautela
acompanhava o sol na mesma toada e rumo. O destino era manso e na carência da
fêmea alongada, o azulão, por melodia e praxe, entristecia piados curtos, para
desfaçar propósitos do mesmo gavião rondando as beiradas. No movimento sinuoso,
bailado perfeito, certo beija-flor, aos acasos, flertava cores indiferentes em
cada descuido e nem carecia ajuda de quem seguia a faina para lambiscar suas
afeições, escolhendo entre as farturas da florada do chapéu-de-couro ou sugar os
floridos do pau-de-tucano. Caminhavam os irmãos nas mudezes da gaiola.
Veio mais, a irmanada dupla
entrosada nos intentos do curió, ajustado pelos escondidos e cantos como andejavam
os passarinhos livres, desviavam estreitos, ciências sabidas, de um cipó que
puxava galho ruidoso, pisavam leves nos sentidos de não barulhar descuido,
atinavam na moita onde o danado pousou chamando fêmea e se empertigaram nas
pontas dos pés para armarem a arapuca com a gaiola da chama no mais alto dado. O
angico grande, imutavelmente nas aptidões que lhe conferiram, nem desmereceu a
gentileza do alçapão e do chama engaiolado, atrelados às suas confianças e
mesuras, assossegou calado nas parcerias. Ele, curió, vinha encruado de mania,
passarinhando sendo como era sempre passarinho, voltou sisudo de lampejos
lindos e fugidios de agir improvisado de rebeldia própria. Coisas dos curiós
que só os aléns ajustavam corretos entre os saberes próprios dos voadores. Aprouveram
pelos silêncios, espicaçaram as espertezas nas intenções dos dois curiós em
suas rebeldias. Um solto atinado em briga pelo invasor em suas demandas, outro
engaiolado nas desventuras de querer achar seus sertões e jamais voltar.
A noite caiu mansa para ajuizar as
teimas e os manos não contaram como foi que se deram as desforras passarinheiras
na Forquilha nas desavenças das caças. O sol se recostou no regaço da serra e
deixou a noite acatar suas cismas e passaredos.
Ceflorence email cfloence.amabrasil@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário