segunda-feira, 27 de janeiro de 2020


ALMANAQUE DE VERTEBRADOS E OUTROS ESTRAPILHOS

         - Assumi vistas em Egebrando Catimba desentravando gingas e salamaleques, nos tipificados gracejos dele, mesmos ladeiros abaixo no Fundão das Calongas e não desaprazei o sorriso até que os saudados desnecessitassem de complementados. Se deu. Fundão, terras de aprendizados, ariscos, proventos, mal lhe digo e afirmo. Deus não tem enrodilhado nas bocas das Calongas por não tolerar desforras desmerecidas e milagres atentados nos desperdícios. Acunhaé, saudei, por Oracabalun Maior, para não desfazer mal olhado ou diminutivo nas reverências. Ofereci o baseado na substância e praxe, o qual, meritoriamente, não impugnou Egebrando, mas muito aos contrariados específicos apeteceu crismando ele grato na prontidão venerada. Era um poeta abstracionista devaneando prerrogativas pelo bafejo chistoso em riso farto quando assanhava um haxixe extra, benfazejo e baforado. Acatou afetivado no junco, pois não se fazia de mórmon ou psicanalista nos momentos de extravagâncias jubilosas e pautadas, ainda mais na suficiência do fuminho disposto e principalmente dadivoso. Deram-se interligados dando compenetradas as horas salientes e apropriadamente inclusivas para a cachaça essencial e rompantes outros nos assentados nossos, em formosura, no boteco do Pasteca, com vistas aditadas para os preferidos preceitos corretos da preguiça. Tal e foi, pois fartamos atentos convistando ainda nossos arreceios muitos pelo morro enfavelado, desde os baixios alongando nas premissas escalando aprumos, pondo alerta nas passadagens dos transeuntes enveredando opostos para não contracenar com a polícia que, na sucata, poderia vir envelopada no imiscuído disfarçado na parolagem dos outros ademais e imbuída de intransigências e vistorias. Na sucupira, o delito portado da maconha seria de motivado demérito para crioulo desempregado na carteira, embora sobrevivesse muito honestamente dos anotados do bicho e do provimento social indispensável da distribuição equitativa, carenciada, da diamba meritória. Instalamos nossas prerrogativas de proseados nos albergados dos caixotes desconfortáveis e descalibrados de sustentos do forró do Pasteca, dando à viela de sequência aos decisórios e relatos, sempre aditando alvissados olheiros nos indefinidos das definições dos prováveis e nas surpresas dos improváveis. Já dizia um tal de mestre Rosa, que nem daqui do Fundão era itinerante ou avizinhado, desconheço, mas garantia ele que a mania do advento de “viver é muito perigoso”. Atente, se conforme e não desaponte, pois mesuramento não preenche barriga.
             E continuavam os inacabados de gentios rumos contrários se dando, subindo as subidas e outros demais revertiam nas compensações descaindo descidas, como lhe dedilhei, pelas ladeiras tombando baixios. E os das Calongas como sempre foram habilitados de escola respaldada de apetência, onde condignamente, pelo batuque do samba, arremedo do gracejo sincopado do coração, se aprende nas mandingas dotadas por Deus a sobreviver nos ajustados das manias, manhas, dos ariscos e maismente dos possíveis arrebitados das sobranças que se derem, minimadas que sejam, dos impossíveis e das peripécias. Arrepare, proceda e verá no som estalido da bigorna que, nos portantos, alguns mais altivos maturam nos equilíbrios de roubar mansinho para não prejudicar as vicissitudes, outros nos atrevidos mais específicos, especialmente das obrigações de matar jeitoso e com escala bem entoada, sem raiva nas minitudes descarecidas, tanto só de quem desmerece o sovado de desviver, para não encrencar penúria no arrependitório próprio adepois. Quem descompassa nos ritmados das discórdias é porque não sofreu nos cangotes das peles as urticárias das urtigas que adulteram os enveredados pelos sovacos das amarguras das carências. Já nasceu provido e servido e nem se desmanifesta diferente, pois já refestelado nos proventos, sem perversos, embiloca nas repetências dos justificados. Mais, pois, acalo do que falei para corrigir os prementes, tanto sim que não é só desconchavo, mas muito dos entrosados carecidos para sobrevivência sabida. Tudo assiste muito socializado nas desforras e vicissitudes, sem pré-conceitos, o samba, nos meritórios passivos e carinhosos para acalentar socorrências às desgraças dos avizinhados, doença que ataca na madrugada o imprevisto, a desgraça do pronto socorro que o filho da puta prometeu e não achegou e nem nunca chegará. Na contrafeita, é na cadência da malemolência da bateria da escola que se imita rezar fundo para o santo da vez, que está dando as cartadas, sejam os prezados dos orixás, protesteiros cantativos de dízimos arrecadantes de quem se patenteia nas creduras, deputado filiado à maçonaria, futebol, milongas e mentiras e saiba Deus de onde vem a bronha. Aos fumigados das esquerdas, que em bloco roubam imbricados desdizendo maracutaias dos salvamentos repartitórios iqualantes dos desabençoados cativados ou das direitas ditas idealistas trapaceando dos mirrados miúdos aos boletados sisudos, empertigando da manha cínica à gravata cara. Política no Fundão se faz todo dia e toda hora porque sempre muda quem comanda as faltas, as mentiras e as negaças dos consentimentos. Tudo lampana, beldroega e rapapé. Nem desajuste. E por sequência atine, até os muito fingidos dos sagrados das romanas pedofilias e sem se embaralharem nas cantilenas amordaçando nas muambas das meninotas ingênuas aos meninos sofridos e sempre muito ativados. Atente. É no repique do reco-reco que encanta a comadre graceirosa que acende os cachimbos nas curvas retas e alerta não descruzar perigos de fronteiros de padre, traseira de burro, cangote de lobisomem e olhado da polícia, antes do orgasmo manso na cama dura. Mas isto não era papo para os desafogos na porta do Pasteca e desmereci o provisório sem deixar abrir vaza para o Egebrando e suas destemperanças.
           Nem não enroláramos pernas nossas nos acabamentos confortáveis, após achegados nas providências acentativas no socó do banco encaixotado, encardido de ruim e traiçoeiro, amolengado, do Pasteca, e Catimba, de imediato, nos seus feitios parlativos em repentes afobadiços, desfigurou alternado que, se ganhasse na milhar do bicho, adquiriria seu camelo exotérico e montaria exibição de proveitos em frente à Capela de São Jestivado, em Inhoritão da Ressaca e nem Deus daria conta de menosprezar seus sucedimentos. Imiscuí em redondilhas e questionados, pois os proventos não se faziam até então, sem desacato de menosprezo ao proposto do amigo, em sirigaitas paliativas e menos ainda alforjavam temperanças em sentidos objetados. A conversa fugitiva do Egebrando despontou como efeito superlativo antecipado da cachaça imiscuída com o fumo da bamba, mas àquela hora era por demasia antecedida para o desmonte carecido da ideia despropositada. O raciocínio de tartaruga menstruada em desova da amamentação conspirou comigo, mas não truquei em sequências estas reversas intimadas para o amigo, diretamente, tanto assim que me postei correto para não admolestar as premissas. Digo com muita segurança e nem começados os arrazoados da iniciativa falara ele no conceito pretendido ainda e não caberia oposto antes dos definidos definitivos. Só desenrolara os formatados e deixei a bateia cascalhando modesta nas catativas dos absurdos. Não poderia poder desmerecer de inusitado sem acastanhar o sotaque com mais parcimônia, concorda? Coisa de São Irigário, protetor das demências e cafetões, capitaneei no embora e pelo renegado do sigilo às mensagens do Egebrando, porém não ejaculei intercorrências.
            Funguei sem carências profundas no intervalo do por enquanto, pois pardal Tiquinho das miudezas passarinheiras cortou por baixo da mesa a cata dos seus fortuitos, migalhas tantas e, neste mesmo sotaque de avezinha entusiasmada fez questão de apontar, no conjunto do mote, por magia e búzios alvissareiros, outro acaso de mesura. Orixá promove, garanto, pois afrontada nas canhotas, escada abaixo, reticente no mérito e atentada aos olhos justos e esfomeados, a bunda imperdível da Meliá reverbera inteiriçada e passadiça por aquele instantâneo em que Tiquinho realçara. Confirmo sim, coisa de anonimato sem desdouro, a mesma crioula cobiçada de estirpe, não transijo ou refugo, incluso sob tortura, de compromissos, afinidade permanente, mais seus esteios exuberantes da cabeça ao imaginário, com o Cadeco, capoeirista das entranhas eriçadas, sobejado de advertências nos enciumados carcomidos e que nos procedimentos interativos das malocas só analisa os provérbios na contra mão dos seus sentimentos contrários contrariados. Impõe muito assegurado dos seus proventos, com advertências singulares, seguidamente pelo manejo soberbo da navalha e sorridentemente veemente com os dentes de ouro, que sorri brilhado, enquanto atende virtuoso aleijamento, nos casos de desafetos encolhidos de menores, ou óbito do descomponente atrevido nos alargados maiorados. Mas a traseira da zinha resplandeceu impecável e sem dúvida no estreito da ordem e progresso, enquanto, não por isto, o Egebrando avisou que o camelo faria sucesso nos ajambrados nos confeites de São Jestivado. No aleatório eu sucumbia meticuloso o imperdível da retranca emérita da moça com um dos meus ouvidos e as demais outras orelhas enxergavam os ponteios do camelo elucubrado, procedimento místico e interativo, tanto que o pardal se dispôs entremeado para apropriar o Pasteca para ligar a TV do perímetro na hora que o Ritape bateria o pênalti contra meu Carporto. Diversifiquei no que pude os atentos, parcimoniosamente, entre a demência do exotérico ruminante do Brando puxando mais uma baforada, deliciado, o divino ribombo da nina do capoeira, o pardal saltitou de acordo com o imprevisto e o pênalti, que o filho da puta bateu meticuloso, não perdeu. Tudo num de só minuto instantâneo para uma cabeça tacanha como a minha decidir de ponteio. Não discordei, pois o camelo, ou a bunda, espere, misturei os desatentos enquanto o pardal chamava atenção dos preceitos do Egebrando, muito empolgado nos dignos meritórios espirituais heterodoxos e Meliá preferiu seguir pelo beco da destra, mais tortuoso e adentrado nos arrestos, mas sabicha a moça de não cruzar o enlameado em frente ao valha couto dos milicianos da droga e acharem que ela desobedecia aos afetos enciumados do maneiro navalha enamorado.  Preste atenção caso contrário não vai desentender os por menores mais especificados que traduzo. Mereciam cometimentos nos procederes meus confinamentos, mas com um olho no traseiro invejável tresandando indiferente, o segundo olho ouvindo os artefatos do Egebrando e seu camelo deslumbrado em perspectiva para o pátio de São Jestivado. No passadiço das efervescências, calibrada no exato, a terceira vista, mais sagaz, com os ouvidos cuidadosos investidos nas continuidades dos surgimentos da navalha do Cadeco e os dentes de ouro manjados do capoeira zeloso de seu patrimônio fisiológico e, se houvesse sorte a dar, a polícia viria da mesma banda para economizar um mirante. Persignei pelas canhotas como comanda Oracabulum Maior, pois vida de malabarista sem rede é de alta deformidade. Carecia o quarto olhado para as intempéries, mas como o provimento arrefeceu desmereci o recato por conta do Tiquinho que sumiu nos interstícios da solidão ou me desdigo? E os três alarmes não se desmereciam da milícia sorrateira sempre, perguntei? Razão de alienar no preceito, para não visitar a medicina legal na horizontal. Atine as serviçansas e Deus me livrasse se eu não fosse capaz de desprometer sozinho dos alucinatórios. Vida de desmerecido não é permissiva ou garantida até que se descontraia das desamenidades.
            No portanto, o camelo, em processo criativo do imaginário Egebrando, evoluiu nos meus paradoxos, observando soslaiado o rabo da moça do capoeira, procurando desviar do silêncio que ficou na frente fazendo sombra para querer que eu a perdesse das fantasias, enquanto o pardal voltou do infinitivo a voar curto como era dos seus atributos. Tanto se deu, pois o Egebrando refez a corda da língua com uma puxada funda no merengue fumante enrolado, sem soltar a fumaça como comanda a carestia correta do preceito, para surtir mais efeituoso prazer nas perseveranças. Neste interstício, não desacatamos nas merecências a bunda transitória e muito menos a bebida que aquele dia descalibraram nas maledicências e puseram, no provável, etanol em vez de álcool, pelo falsificado ardido da pinga. Deus me livre. Enquanto desproseava os atentos nestes provérbios, veja como não é compassiva a vida de cadastrado bicheiro e comerciante de proibidos no Fundão, como eu atento nas subservivências de sobreviver para ter algum, desce apaziguada entristonhada com seu rebento a Ruinha Manerva, que pariu o dito, estuprada antes, por dois guardas do juizado de menores e no seguido, no desacato, pelo Mericato Brosa, capanga do tráfico do Chefe do Fundão, Catanhê Baleia. A Congregação Atalaia do Redentor, do pastor Ecandário Gressi, convenceu-a que Deus contava com mais aquela alma encarnada para seus fiéis, pois assim desdisse sincopado, o reverendo imaculado, à moça, muito no perfil dele arrecadatório de mais gente contributiva, para não abortar de imediatamente, mor dos pecados que desajustavam as façanhas. Deus e ele ajudariam muito compassivamente a criá-lo, mas as alternâncias dos destinos deu-se nos revertíveis dos inversos da sorte dos astrais do religioso, que eleito foi para federal deputado pelo apoio régio do Anonicato Fronhais, aquele bicheiro dos Realimpérios de Cima, mantenedor da escola de samba. Nos destinos da vida e das manobras do além, deixou-se levar o religioso juramentado na câmara, ajuntado mais com as suas esbórnias espirituais, aditados com os embalos políticos-proféticos, a promessa à menina, a ajuda desfeita em miséria, a puta que pariu e seu Deus particular para a capital. O Fundão não aprovou nem desaprovou, como é do feitio dos anonimatos calados e dos desmerecidos afavelados, mas a prefeitura do prefeito Nibontinho, que precisava ser reeleito, desprometeu e descumpriu que na próxima gestão abriria uma creche perto dos Alagados. E a o mundo que é grande, desarbitrário e mudante, escolheu exatamente os Alagados para desfazer as misérias do rebento, do choro, da fome e do arrependimento da menina sem creche, sem Deus, sem pastor, sem prefeito.
             Mas a vida continuou e nós, Egeberto e eu, mareados já na biinha da droga e da cachaça, desmelindramos dos passos miúdos da Ruinha descendo abeirando o Ribeirinho do Carcome Defunto levando sua ânsia maltrapilha e o filho esfomeado para a esquina do farol de baixo onde tentaria vender um punhado de nada que é o que ela atina só por ter de miséria a oferecer enquanto escuta em desespero o escárnio dos motoristas. E as historias se enfumaçaram nas minhas envergaduras, como acontece com as ideias de quem memoriza vida já em larica no Fundão e justicei com o camelo do Egebrando que o capanga, Mericato, que o chefão Baleia dispensou do serviço de guarda-costas e adicionado de continuar vivendo, pois lhe mandou acrescentar dois tiros diretos na cabeça que não pensava e desobedecia. Sugeriu, condizentemente, que atendia justiças merecidas à pobre Ruinha e com mesuras aos favelados respeitados com medo de acusamentos de imparcialidades indevidas às gentes dos seus arranchados. Os policiais foram promovidos e transferidos, depois de acusados, sem testemunhos, de estuprarem demenor. As contas se acertaram nos esquisitos arrolados das miudezas e dos indevidos inesperados, pois os ilícitos das drogas puniram os intercorridos seus próprios muito nos adicionamentos, mas os despojos dos legalizados arremedaram as conveniências dos ajeitamentos, euforias e acalaram. É a vida nas barrocas, nos alagados e nos morros. Amortece e desentranhe, os manejos são dos reais, nem conjure das mesmices diferentemente. Deu-se Senhor. Creia.     
           Você que conhece o Egebrando, quando ele põe uma mixórdia na cachola só para de elucubrar depois de apanhar da polícia ou bater com os cornos nos insolúveis. A pretensão seria trazer o animal à frente da São Jestivado, ensiná-lo a ler as cartas, búzios, tarôs, as linhas das alianças das madames para ver se furtava algo e ensandeceu em certos e outros simulados funcionamentos de oráculo arrebatando véus, terços, boas intenções, carteiras, contribuições, bolsas, depois dos sermões das rezas do Padre Abelário Ronço, aquele encanto moreno alto e efervescente de olhos verdes das jovens, viúvas, desconsoladas e gays, toca guitarra alto, enquanto é filmado pela TV Educativa, para ver se Deus atenta ou, intuo, se a mãe morta escuta. No vazio, Ruinha desfigurou ruela adiante suportando seu desalento e filho, enquanto a ratazana velha, Ábia, deixou o forro do boteco do Pasteca com nojo do ranço da gordura do sebo catingudo que fedia da cozinha para empurrar os pratos-feitos do dia e enveredou pelo lixão da quebrada de baixo no descarecer, como sempre, de atravessar o esgoto maculado que corria ameiado nos intentos nojentos à viela e encontrar o Ribeirinho do Carcome Defunto. Risco danoso, esgoto acima ou abaixo, além da sujeira para ratazana desalinhada e tudo adernado com os prestativos presentes dos urubus margeados pelos atoleiros empossados do ribeirinho na catança dos petiscos indefinidos, defuntos, melancolias e muito nos agrados das ratazanas distraídas. E meus olhados esgarçados nestes pensamentos envoltados, nas reboludas atrações da Meliá e por venturas a céus abertos, desatendendo as micadas repetidas de pecados e milagres do aventurado ou aventureiro Jocamor Rufante, pregante incisivo, socapando a humilde bíblia encardida, amontado portentoso e eufórico sobre o tamborete no começado da escada subideira para os confins do Fundão das Calongas. E deste então, ponto começante das Calongas, para garantir, como você sabe bem, passam a se pasmar as visturas fronteiras dos indefinidos, lá nos confins dos seus espigões com as divisas latifundiárias dos domínios desconhecidos sós de Deus e do Diabo, colecionadores das entranhas disputadas ferrenhas para recensearem abastanças de almas, refregas, bonanças, as tormentas, condenações, os perdões, castigos. E, muito por assim sendo, até os contratempos dos limites dos cantos e encantos de cada um, de onde ninguém atenta visitado proceder sem convite, cadastro e julgo para adentrar nas conjunturas. Calo para não desdizer mais do que não procedo além dos meus limitantes.  
              Mas carecendo não perder pelos desatentos, digo a você, que ao Carcome foi o codinome aditado de Defunto depois que a polícia, o tráfego, os corneados e outros implicativos atuantes ativos, passaram a desovar trabalhos de desencarnação dos sentenciados no Ribeirinho nos postiços indefinidos das madrugadas. E não margeio pelos indefinidos, tanto que naquele então, muito satisfatoriamente, a larica foi equidistando do razoável ou não se daria do camelo ajuizar prerrogativas e tomar pé ao meu lado, irrepreensível, no proceder de acomodar a bunda da Meliá no caixote e ela acenar pela cerveja ao Tiquinho. Um urubu pediu, cortesmente, antecipadas prévias para depois convencer Ábia, afim de que ela voltasse a transitar sem preocupações pelo esculacho do esgoto para escapar dos dissabores das frituras do Pasteca. E o povo inteirado das serventias começou a voltar a tresandar seguindo os passos gingados do Cadeco que retumbou pelo imprevisto fingindo que não intrigava a presença da namorada ao lado do camelo gesticulando. Contornou do além-retornado pelos caminhos do Senhor ou do Demo, pelas vertentes do Fundão, Mericato Brosa segurando a faixa enrolada na cabeça para garantir que suas balas recebidas não caíssem pelas imundices. O reverendo Ecandário e a pompa da magnitude desceram do carro oficial a procura de Ruinha que se negou a conversar com testemunhas de Jeová sem palavras e se debruçou sobre a barriga enorme de Catanhê Baleia para acomodar o filho próprio na imensidão do nada. O bicheiro Anonicato Fronhais cruzou os indefinidos chutando ratos, fome, urubus, pardais, misérias, defuntos, imundice, guardas, bíblia, tudo que lhe caia nos contrapés para adivinhar qual o bicho daria no fim da tarde e salvar a sua reputação da insânia em ter elegido o Pastor Ecandário Gressi para cometer tantas falcatruas e sacanagens em nome do Criador. O Padre Abelário Ronço albergou sua guitarra mágica sobre o horizonte e as nuvens começaram a bailar entre os azuis e os milagres em floreios tão delicados que Deus e o desafeto se apaziguaram para se encantarem nos rodeios.  Jocamar Rufante esmiuçou os infinitos do seu portanto desarticulado e de seu púlpito de tamborete esgoelava ao Senhor e ao Demo que, se não surgissem perante suas sagradas bênçãos, seriam excomungados e teriam de trocar de infinitos indo Deus para o inferno e o diabo para a cruz.
           A tarde se fez branda, a larica arrefeceu, as lágrimas começaram a subir acabrunhadas acompanhando os passos melancólicos de Ruinha cruzando os ratos, a realidade, a miséria, a vida. Mesmei comigo em só, em triste, perguntei desmotivado de procedências, perversão ou pervertido, por que será Senhor? Se deu dando os demais desembalos, alucinado, alucinante, o desejo é o símbolo do nada, pois não existe ainda antes do risco de ser ou sumir. Mas ao mesmo tempo é esperado que advenha o desejo na sua realização em ser ser e no enfim se descobre, por magia, que não é mais desejo desejado, mas simplesmente a pobre merda da realidade. Solucei ao ver o urubu sacudir um pedaço de defunto entre os dentes enquanto Ruinha beijava o filho. Misericordiei os passos mirrados dela, não imaginando o que teria ela para desejar, com certeza, talvez, nem atinasse o que seria desejo, de tão indesejada de tudo, de si, do mundo. Por quê? Por que. Calei. Olhei o indefinido confuso, conflitante, da viela arregaçando seus enlameados, destinos, urubus, tristezas, ratos, paradoxos, lixo e senti o cheiro acre da angústia da Ruinha, pois o destino escondera seu desejo embaixo do nada. Escondera por um eterno inteiro. Arrastava a cria indesejada, que ela amava que não desejava, mas lhe disseram que Deus, que a desejou, um quase nada de tão insuficiente, não desejava mais. Assim, sem solução, desejava ela que Deus existisse para ela um pouco, poderia Ele nascer dos escombros da sua angústia, poderia então na alegria de ser, ser para todos, não só para o reverendo na capital, para que desejasse o que ela não desejava, mas que a vida obrigou-a a amar sem desejar. Arrastava com os seus pecados imundos, que lhe convenceram em criança para ter o direito de acreditar em Deus, a raiva, preguiça, tristeza, sexo, inveja, choro, atados todos à solidão enorme do seu desejo proibido e querido do filho pelos caminhos dos insolúveis do Fundão. Dava certa sensação de que um bicho sarnento chamado destino enviesando as mandingas da morte, por rompantes e aleatórios, a escolhera para viver ela morta e vê-la morrer vivendo. 
              Amarfanhava ela no coração miúdo uma tristeza sem solvência, sem fim, sem culpa, pior, sem dor apontada, pois era inexplicável. Vi de longe, entre a gota de lágrima que turvou meu cinismo, já sem a droga mais, ela parar no degrau do meio da escada adentrando os infinitos das malocas e insolúveis, salpicar os seios miúdos, boca esfomeada aguardando o nada, a se fazer, vazio para enganar o filho indesejado amado. Soube e avisei Egebrando que o camelo não deu na milhar do dia, deu o imprevisto outra vez. A noite calou trazendo de longe a melancolia enquanto chorava ela no chão insolúvel, duro e chamou a solidão, única emoção disponível que não esquecera para não pecar. E ali, no degrau do meio, onde iria dormir, sussurrou a ela, solidão, que não sabia nem quais eram os seus segredos, pois não sabia nem seus desejos, tanto que não sabia se sabia se poderia ter direito a desejos sem saber, mas pediu que escutasse o que não sabia, pois não sabia mais ninguém a quem contar o que não sabia. O filho escutou, soube pedir os seios no choro, que só ele sabia saber, para ela saber que ele estava ali e não sabia por que.                        

Ceflorence      26/01/20        E-mail    cflorence.amabrasil@uol.com.br

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