CARÊNCIAS DE IMAGINAÇÕES - ALGUMAS ELUCUBRAÇÕES SEM LÁGRIMAS E SEGUEM
No limite e por ser da solidão enlevo fundamental, lancei o verbo ao destino e sobre os
passos mais doces, como as videntes preferem brincar com os búzios e os tarôs, preferi
o andejo sobre a poeira a começar a se fazer caminho e o azul, na falta de indefinições
mais convincentes, preferiu esconder-se entre as nostalgias por onde os
sorrisos frequentavam os lábios. Esta seria sem dúvida a composição do desejo
mais arraigado, segundo se afirma como as coisas atuam no hemisfério esquerdo das
almas, onde habitam os sonhos e se acarinham os irreais, as fadas mais tímidas se
despem e os faunos preferem para as bacanais mais puras. Isto tudo seria
básico, pois a discussão entre o grená e o crepúsculo envolvia escolha correta
a quem caberia acomodar o pôr-do-sol para deixar o dia desfazer–se. A sugestão
não poderia melindrar o colibri a cata de suas intenções, esquecer a fantasia
ou mesmo, em último caso, desconsiderar a tonalidade da flauta para trazer
harmonia ao centro das indefinições e, portanto, não perpetuar com mais
sofrimentos as dúvidas que ainda não haviam amadurecido suficientemente. Foi
assim, por mais controverso que possa parecer que a sinfonia transformou-se em
inacabada e preferiu o transcendental.
Neste contexto,
embora já em andamentos e livres das demais opções, nasceu suave brisa envolta
em silêncio, sem melindres maiores, embora saborosa, pois instigada pelo
desconhecido escalou amoldada afetivamente à imaginação, como aprendera com os
destinos, cruzou o desejo mais forte e apeteceu acarinhar-se nos seios da
virgem ainda impúbere. Isto teve de ser grafado fortemente sobre o consciente,
pois embora tenham sido coisas soltas e esparsas, aparentemente sem sentidos,
desconexas e desprovidas de métricas, preferiram ser sacramentas completando a
hipótese mais aceita de que a saudade seria um tempo do imaginário e
encontraria respaldo somente no advérbio preso ao amor. Com estas conclusões
consolidadas a demência se confirmaria um estado da alma e estaria disponível
para elucidar-se com simples ofertas de orgasmos ou pequenos tragos de absinto.
Nada disto justificaria consolidar este assunto, se não fossem indispensáveis
para a reconstrução da solidão ideal, enaltecer o verde e a considerar a rima irrelevante
para compor as melhores poesias e deixar em seguida a preguiça ocupar o
merecido lugar para alimentar as fantasias. A dialética materialista não chegou
a adentrar estes pormenores subjetivos na medida em que se preocupava em assassinar
o criador e outros asseclas.
Tudo
ficou claro e alegre no final, pois as calçadas passaram a ocupar as crianças e
as intenções se dividiram em azul, sorrisos e premonições como previsto. A
separação do tempo em passado, eterno e memória não se confirmou, pois os sinos
dos carrilhões passaram a se desfazer em bemóis para se despedirem dos balões
que pretendiam ganhar os firmamentos para contarem somente aos homens tristes,
caminhando sobre as próprias melancolias, que o dia findo viria para escurecer os
sonhos.
Ceflorence 01/02/18 email
cflorence.amabrasil@uol.com.br
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