ORDEM INVERSA
Esgarçado o cosmos registraram-se, condignamente, sob as
bênçãos das torrentes psicóticas mais saudáveis e robustas os benefícios do
reaproveitamento de almas descartadas, enfeitiçadas ainda. Ainhuvãtsau, exumado
em tempo e verbo, coordenou as intransigências, pois as solidões se enfeitaram mimosas
para os procedimentos; rituais tradicionais “in memoriam” praticados. Sem
impactos agressivos, as luzes ideológicas não se calaram ao trazerem
reconciliações e meditações, enquanto, metodicamente, os paradigmas
indispensáveis eram grafados sob as melhores hipóteses após os trabalhos
abertos. Os mais afoitos se desnudaram, educadamente, as dúvidas se esconderam entre
as lágrimas pueris e uma chuva de provérbios desafinou melodiosa em arcos-ires para
apaziguar o cotidiano. A paz beijou a tristeza. No espaço enorme, proposital,
aberto à imaginação sem barreiras entre o nada e a surpresa, distribuiu-se
fartamente as pretensões do acasalamento e da procriação híbrida da gênesis
espiritualista com a teoria evolucionista Darwiniana. Consagrou-se o vermelho
como o som preferido e acentuou-se a cor do silêncio para todos se reconciliarem
ouvindo respeitosamente o infinito ressonar. Coisas do romantismo revisionista.
Confirmou-se assim, consolidando o encerramento, em Segmar
Aiwan, período amorfo e incorpóreo, com total incompatibilidade geológica, carnal
ou botânica presa à desprezível realidade, mesmo face às crenças fundamentalistas,
que foram as almas desencarnadas acomodadas ali, provisoriamente, pois o imponderável
escolhido carregava alegrias soturnas e clarezas exotéricas exigidas pelos
preceitos e ritos. Estendiam-se as almas apaziguadas, já metamorfoseadas, condignas
para os cerimoniais, caprichosamente distribuídas a leste do inconsciente e
acima do subjetivo. Matéria esta, espiritual, considerada fundamental e
irreversível para se amoldar ao além e ao ponto nevrálgico entre o zodíaco e a
premonição. Aproveitaram-se as intransigências morais indispensáveis para serem
eximidos os impactos das incertezas e das fantasias, fortemente fixadas na
junção da constelação de Outires com a área gangrenada do privilégio do escárnio,
regiões de tonalidades assexuadas medianas, de aromas conflitivos, mas ainda em
período duvidoso de putrefação saudável. A solução final, em transito, seria o inverso
da sintonia dodecafônica e inacabada, imperceptível para os encarnados.
Antes do encerramento lúdico e majestoso, como previsível, Ainhuvãtsau
transmudou o signo da paixão, então disfarçado de complexo de édipo, pelos sete
paradoxos indestrutíveis utilizados pelas emoções que governam as almas
desencarnadas habitantes dos astros da constelação de Segmar Aiwan. Para cravar
fundo e indelével a harmonia das heresias e dos pecados, as almas dos astros
escambam seus enfados e desatinos pela ordem inversa das emoções materializadas
pelo criador: intuição, demência, passionalidade, ciúmes, malícia, deboche,
inveja.
A inversão dialética da ordem tornou claro o poder e a magia
de Ainhuvãtsau.
Ceflorence email cflorence.amabraasil@uol.com.br
Prezado Florence, muito inspirado nessa crônica. Um abraço Roque
ResponderExcluircaro Roque, é uma alegria receber o seu retorno e carinho. Motiva muito.
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