VERSO EM PÉ DE SERRA
De
tratos e tempos não se formam os verbos, pois, a desandarem as ideias solteiras
em cabeça de viajante infernado nas rasteiras das poeiras e tropas de muladas axucradas,
nunca se deu de apaziguar as mágoas, só pela cadência da viola andejadeira. Atente
moço, se quiser saber os definitivos quando o sermão coruscar pelos lados das
maldades e dos verdes com os ventos corriqueiros trazendo notícias das coisas
bravas, não se arremede ou acanhe de perguntar. Aquelas foram igualadas às
mesmas pragas que zangavam entre as pedras miudicas, por onde sapecavam as
cismas mais entranhadas de ver o saci enrodilhado nos rodamoinhos das
encruzilhadas. Ali havia sido assassinado homem de descrença nas fés e matador
por conta de mandado de terceiros, mas merecera cruz por ordens dos mandantes.
Coisas dos sertões e outras tangentes sem explicação. Deus me perdoe se desfalo
despropositados sem melindres, mas é como sei verbar no desacato quando a corruíra
canta em sustenido solfejando esconditiva na beiradinha da mata fechada.
Coisas
nem do tinhoso retrucar nos sovados. Foi assim, por desconjuro; o azul veio
rodeando pelos cantos dos horizontes, cambaleando sem saber como pousar nas
desforras, mas o grilo calou no fundo da capoeira rala, até a serra ser atravessada
pelos pesadelos e liberou por aqueles cantos tristes o sombreado do sol que se
punha para amoitar na preguiça. Ameaçou de chover, mas o remédio não se deu e
nem proveio de imediatamentes como o vento sabia caminhar, pois não desaprendeu
sozinho andar devagoroso como se pedia, mas cuspia carrancudo do lado da
refrega. Prosa mole, sem destinado? Talvez. Aquilo era um esturvião de
indecências e motivados des-explicados. Apaziguou o cavalo passarinheiro na
porta da venda, fez gesto de proseador e coragem e amorteceu o rabo-de-tatu no
sovaco da retranca. Por desmotivo, cambaleou as pernas hirtadas e se fez de
indiferente, apeando do animal suado. Coisas de nem se acreditar de tão
tinhoso. Prosa de deus com o demônio em roda de truco, lugar onde as coisas não
se fazem por varejo mesmo para quem não tem destino certo.
Os que
já estavam não descreram de suspender a pinga, menos ainda o truco, a
retaguarda do amedrontado nem se fala e olharam de soslaio como se fossem
carenciados dos perjúrios mais salgados a ser pedido nos palmeados do catira que
continuou travado ou desameaçaram de desfazer os sinais das cruzes corretas por
desmotivos das intempéries que ameaçavam, mas não vinham. Mas não se deu nem
por justiça e não foi merecido de serventia adjacente. O homem abençoou refrega
e apaziguou no desmonte. Coisa de não prevenir.
Foi
como chegou a conversa na boca da noite, cada um se calou de si para ficar sem
falar e o lampião de querosene continuou fumegando, pois ninguém teve coragem
de sair da retranca com medo de que a desforra viesse no encalço da solidão.
Ceflorence 17/04/18 email
cflorence.amabrasi@uol.com.br
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