ASSUNHÃÊ DOS PERDÕES.
No
esticado do destino o fogo-apagou piou manso na Cachoeira da Juroca, aonde o
mundo começa, embora poucos saibam, mas fica o dito. E pelo lado da serra arribada
de mato, ainda fechado, escondedouro dos silêncios e de lá escorrendo pelo lado
da ternura a queda d’água graúda; graúda de boa e farta. E tudo bem contado, antes
um pouquinho da juriti dar sinal, de longe, que ouvira e, portanto, o repique era
merecido de ser postado para contraponto do chegado ouvido canto ameno do
fogo-apagou. É nesta toada que a cantoria da passarinhada se aperta para
justificar o verbo ser. Madrugador bocejo espreguiçado, o mundo era carente de
por o sol a par de desfazer as quiçaças das trevas e das quebradas para o nada
desvirar em sim. E estava de acordo com a juriti, muito nostálgica das
tristezas portadas, tal deus mandou que fosse ela assim mesmo, como sempre fora,
pois respondeu aflita, de pronto, à correção dos propostos de mandar a manhã se
fazer. E se deu conforme o pintassilgo assanhou de breve, no piado curto de
quem sabe muito correto como propor querenças para, sem teima ou morrinha,
abandonar o ninho e coisas e tais que se deram por acontecer.
É
assim que se desperta o tempo, o vento aliviando carinhoso o provérbio, candura
das avezinhas piando prontidão de fome e aconchego, mas na verdade sem a
dolência dos solfejos nada inicia ou prospera em Assunhãe dos Perdões. E para o
bem do porvir, como firmado ficou, é ali que o mundo se diz começar, em Assunhãê
dos Perdões, e fica tudo esperando até o quero-quero acordar o fogo-apagou para
dar de aceso e correto, no canto primeiro, os sinais das tramas, das revoadas e
do sol se sendo. Pela ordem das coisas o sol se fazia preguiçoso na boca da
solidão e o dia carecia urgência de se por em caminho e firmado, ficou conforme
acordado nada se acomodar mais na preguiça e pamonha a partir de então.
Deu
conta, alvissareiro de repiques e lembranças, Jacato da Juroca, de campear no
pasto de riba o campolina em se fazendo de lindo, marchador, potro castanho, calçado
nos cascos e des-saudade-matar de Rosinha, que o destino levara na banda outra
do vento. E os passarinhos cantaram cadenciados no repique do potro e no até já
alongados.
Ceflorence 14/08/16 email
cflorence.amabrasil@uol.com.br
Eigatê! Assunhãê dos Perdões. Arre égua, e à la fresca! Agora já sabemos onde esse mundo começa, apesar de não sabermos ainda onde estamos, e nem onde o mundo se extermina, mas vamos aprendendo com a ajuda da juriti.
ResponderExcluirCaro Richard
ExcluirComo sempre é uma alegria receber as suas tiradas oportunas e inteligentes.
continuo sempre aguardando os seus incentivos e carinhos.
abraço.
Florence.